Raed Abdel Nasser, secretário-geral do Crescente Vermelho no norte de Sinai, disse aos jornalistas que sete feridos chegaram ao Egito em ambulâncias provenientes do enclave palestiniano com sete acompanhantes.

Todos eles foram transferidos para hospitais no norte de Sinai, especialmente para o centro hospitalar de Al Arish, o mais próximo da fronteira, situado a 40 quilómetros de Rafah.

Segundo Nasser, um grupo de 500 “cidadãos estrangeiros e de dupla nacionalidade”, incluindo brasileiros e russos, foram também retirados por volta das 15:00 locais (13:00 em Lisboa).

A chegada destas pessoas acontece depois de a Autoridade de Passagens e Fronteiras de Gaza ter anunciado, no sábado à noite, a reabertura da passagem para saídas de pessoas, após dois dias de encerramento, apesar de na sexta-feira ter sido autorizada a entrada em Gaza de camiões com ajuda humanitária.

Fontes humanitárias disseram hoje à EFE que pelo menos 53 camiões com ajuda humanitária atravessaram o lado egípcio de Rafah a caminho de Gaza.

Estes somam-se aos mais de 800 camiões que, segundo diferentes estimativas, entraram na Faixa desde que Israel autorizou a sua entrada, em 21 de outubro.

De acordo com os números divulgados hoje pelo COGAT, um organismo israelita que controla os assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados, 14.320 toneladas de ajuda humanitária entraram em Gaza desde o início da guerra.

No entanto, as organizações humanitárias denunciam que a ajuda que entrou até agora é insuficiente e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) alertou para o facto de esta representar “uma gota no oceano das necessidades” da população de Gaza.

O movimento islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Na reabertura de hoje da passagem, saíram também cidadãos riços, o que aconteceu pela primeira vez desde o início das hostilidades entre o Hamas e Israel.

A saída dos primeiros cidadãos russos foi confirmada em Moscovo pelo Ministério das Situações de Emergência.

Em comunicado, aquele ministério disse terem sido 60 os cidadãos russos que conseguiram deixar a Faixa de Gaza.

“Mais de 60 cidadãos da Federação Russa atravessaram a passagem de Rafah e encontram-se no território do Egito”, lê-se no comunicado.

Dois aviões russos Il-76 estão no Egito desde o dia 05 para transportar os cidadãos para a Rússia, onde serão observados por médicos enviados pelo Ministério da Saúde.

Esta é a terceira vez que a Rússia efetua uma retirada em massa dos seus cidadãos da Faixa de Gaza. As duas anteriores foram em novembro de 2012 e em maio e junho de 2021.