“Estamos a tentar que as regras sejam cumpridas, é difícil porque não podemos estar junto a cada pessoa e perguntar se fazem parte do mesmo agregado ou, pelo menos, do mesmo grupo de amigos, mas temos o papel de garantir que tudo ocorre em segurança”, disse à Lusa um dos voluntários responsáveis por fazer cumprir as regras impostas pela Direção Geral de Saúde (DGS) para contrariar o aumento de casos de covid-19 ocorrido nos últimos dias.
Francisca Ferreira, da comissão organizadora, garantiu que “as restrições impostas pela DGS estão a ser cumpridas por elementos da organização e voluntários”.
“Uma vez que estamos em pandemia e o número de casos tem vindo a aumentar, foi decidido pela comissão organizadora ter pontos de desinfeção ao longo do percurso, encurtar a marcha e não realizar o tradicional arraial”, disse, em declarações à Lusa.
Depois de concentrados durante cerca de uma hora na Praça da República, os participantes saíram, acompanhados pela PSP, em direção à Avenida dos Aliados para a leitura do manifesto e para fazer o ponto de situação do abaixo assinado que decorre até domingo para reivindicar a atribuição do nome da transexual Gisberta Salce Júnior, assassinada há 15 anos no Porto.
“Este ano temos focado muito na questão da rua, este é o acrónico que usamos para a iniciativa que lançamos para termos uma rua com o nome da Gisberta Salce Júnior, cuja morte trágica deu inicio à própria marcha. Este ano queremos relembrar isso, já que se assinalam os 15 anos desse crime”, disse à Lusa Sofia Brito, também da comissão organizadora.
Segundo a ativista, o objetivo é “assinalar e tentar fazer alguma reparação histórica”.
Neste momento, “temos mais de seis mil assinaturas do abaixo assinado que decorre até amanhã, dia em que se realiza o Porto Drag Festival”, que este ano será em homenagem a Vítor Fernandes/Natacha Semmynova, recentemente falecido, um ativista e representante da comunidade LGBTQI+ do Porto.
O abaixo assinado será posteriormente entregue na Câmara do Porto para “demonstrar e fazer ouvir a voz e a vontade das pessoas que moram e vivem no Porto”.
A marcha do Orgulho do Porto é organizada por uma comissão composta por representantes de coletivos, partidos políticos e associações que trabalham com a comunidade LGBTQI+.
O objetivo da marcha continua a ser reclamar direitos e denunciar situações, nomeadamente, de discriminação e de violência.
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