“A Alemanha é um risco. A Alemanha é de todos os riscos aquele que é menos político. Olhamos para a situação na Alemanha e vemos algumas dificuldades um pouco mais substanciais do que as do risco político. Mas posso garantir, até como presidente do Eurogrupo, que a Alemanha tem todos os instrumentos para dar a volta por cima e evitar que uma recessão se instale na Europa”, afirmou em resposta a um dos empresários.
Mário Centeno lembrou que foram precisos seis anos para “crescer ininterruptamente na Europa” e em Portugal. “Aumentámos o emprego na Europa em mais de 11 milhões de trabalhadores nos últimos cinco anos. Quando os riscos são políticos temos de apelar aos políticos para os resolverem. É assim no 'Brexit', que é uma invenção política, não é um problema da economia”, sublinhou.
O governante acrescentou que a “situação alemã tem também uma dimensão que é política”, pelo que é preciso “apelar também aos políticos alemães e à Europa no seu conjunto para o resolver”.
Sobre o 'Brexit', Mário Centeno referiu ainda que, “apesar de ser muito importante em termos de riscos para a economia portuguesa”, todos se têm estado a preparar.
“É também a guerra comercial, que segue o ritmo do telemóvel do presidente dos Estados Unidos da América, mas que no fim do dia prejudica o desenvolvimento da economia internacional. Neste contexto de enormes incertezas que se reflete na desaceleração da Alemanha, a economia portuguesa tem resistido”, revelou.
Ou seja, “Portugal vai crescer um valor muito próximo de 2% em 2019, cumprindo mais uma vez aquilo que era a previsão do Governo no Orçamento do Estado, apesar da desaceleração das grandes economias europeias”, reforçou.
À margem do encontro com os empresários, Mário Centeno não confirmou as palavras do líder do PSD, que referiu que o ministro das Finanças não ficaria toda a legislatura no Governo, caso seja reeleito.
“Ao contrário do dr. Rui Rio, estou mais interessado nos desafios estruturais da economia portuguesa. O dr. Rui Rio ainda não conseguiu atualizar as suas estatísticas com base na informação que o INE divulgou. Garanto-vos uma coisa: o que está para ficar é a sustentabilidade da economia portuguesa, as suas alterações estruturais e a grande revolução que operámos nos números da economia portuguesa. Uma revolução, às vezes, leva tempo, vamos dar-lhe tempo”, rematou.
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