O Mecanismo de Monitorização e Verificação, do qual fazem parte observadores das Nações Unidas, membros do Governo e das FARC, sinalizou dez incidentes desde fevereiro em diferentes pontos do país, dos quais quatro foram classificados como “incumprimentos”, três como “violações leves” e três como “violações graves”.

Quatro dos dez incidentes investigados ocorreram na zona transitória de normalização de Colinas, em Guaviare (sul), uma das 26 áreas rurais nas quais se encontram reunidos, desde fevereiro, 6.934 guerrilheiros que se preparam para entregar as armas e desmobilizar.

A primeira das três “violações graves” teve lugar em 09 de maio, na zona transitória de normalização de Vidri, em Antioquia (noroeste), onde “ocorreu uma tentativa de violação de dois menores de idade de 3 e 9 anos por parte de um membro das FARC desse acampamento”.

A segunda foi registada em 31 de maio, em Colinas, onde uma patrulha do exército entrou na chamada zona transitória de normalização, ignorando as advertências das FARC, que “fizeram disparos, ferindo um militar na perna”.

A mais recente violação foi registada no passado sábado, dia 03, em Caño Indio, no Norte de Santander (nordeste), onde um helicóptero “sobrevoou a zona transitória de normalização a baixa altitude [menos de 5.000 pés] aparentemente em tarefas de reabastecimento de unidades militares da área”.

Este último incidente foi denunciado no mesmo dia pelo líder das FARC, Rodrigo Londoño, conhecido como “Timochenko”, que se encontrava em Caño Indio.

“Timochenko” falou mesmo um “reiterado incumprimento” da aplicação do acordo de paz por parte do Governo, pedindo “supervisão internacional”.

O Governo colombiano e as FARC firmaram, no final do ano passado, um acordo de paz para pôr fim a um conflito armado com mais de meio século.