O secretário de Estado do Governo PSD/CDS-PP reagia assim à notícia de hoje do jornal Público, de que o executivo PSD/CDS-PP só "despachou relatórios" sobre a Caixa Geral de Depósitos relativos a 2014 a 15 dias das eleições legislativas de 2015, começando por considerar que "há limites para a especulação e para a falta de rigor", principalmente quando se está a falar do banco público.

"A notícia não está completa. Não é verdade que as contas tenham sido ocultadas, antes pelo contrário. Elas foram divulgadas a 7 de fevereiro [de 2015] e pode ser consultado na página da CGD. Segundo, todas as opiniões do revisor oficial de contas, da certificação legal de contas, todas elas nas contas de 2014, não têm ênfase e são favoráveis", assegurou.

Manuel Rodrigues explicou que por isso não havia "nenhum processo adicional que tivesse que ser encetado" e esclareceu que "o pedido à Inspeção-Geral de Finanças para pareceres sobre relatórios trimestrais é um pedido que não é obrigatório" e foi por isso "um controlo suplementar, não obrigatório, que foi feito por um princípio de prudência pelo Governo anterior".

"Duas semanas após este parecer que se fala ter sido enviado para o Ministério das Finanças, a comissão de auditoria emitiu uma opinião global da auditoria de 2014 favorável, sem ênfases ou reparos e que ultrapassa a própria informação que tinha sido feita anteriormente. Esta questão ficou ultrapassada duas semanas depois do tal relatório ter sido enviado para o Ministério das Finanças", sublinhou.

O antigo secretário de Estado das Finanças disse que "não há dúvidas e tem sido reconhecido por várias entidades, que desde o programa de ajustamento há um nível de rigor, de exigência e de transparência no que diz respeito ao sistema financeiro e em particular à CGD que não tem precedentes, que não tem sequer qualquer tipo de comparação com aquilo que era feito no passado".

"Então e a recapitalização? Até agora a única foi feita pelo Governo do PSD e do CDS. Esta que se fala agora é urgente ou não é urgente? Vai ser feita este ano ou vai ser feita para o ano que vem? O que é que aconteceu à administração da Caixa? Qual é que é o rumo e a direção da CGD? Essas são realmente as questões que são importantes", questionou.

Na sequência desta notícia, o porta-voz do PS, João Galamba, criticou o que diz ter sido um "padrão" do anterior Governo face ao sistema financeiro, nomeadamente a CGD, escondendo problemas antes das eleições.

O BE entretanto anunciou que quer ouvir na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) o inspetor-geral de Finanças, pretendendo saber informações sobre relatórios da entidade alegadamente guardados pelo antigo governo durante seis meses.