Numa publicação colocada ao final da manhã na sua página na rede social Facebook, o líder da delegação do PSD ao Parlamento Europeu sustenta que, “perante o reconhecimento público feito pelo Secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças de que o Governo português mandatou um administrador de um banco privado para negociar o futuro da Caixa Geral de Depósitos”, só lhe resta um caminho, sugerindo implicitamente a sua demissão.
“Creio que só resta ao responsável que o Governo designou para gerir esta pasta, o Secretário de Estado Ricardo Mourinho Félix, assumir as consequências políticas deste ato que é totalmente contrário à transparência, à ética republicana e é revelador da enorme falta de consideração que este Governo tem pelos contribuintes”, escreveu Rangel, antes de deixar Estrasburgo, onde participou numa sessão plenária do Parlamento Europeu, rumo a Portugal.
A Comissão Europeia confirmou na quarta-feira ter-se reunido com o atual presidente da CGD para debater a recapitalização do banco quando este ainda não tinha sido nomeado para o cargo, e pertencia aos quadros do BPI.
Em resposta a uma questão do eurodeputado José Manuel Fernandes (PSD), a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, salientou que "o novo plano de atividades para a CGD foi apresentado à comissão pelas autoridades portuguesas, que também consideraram necessário que o então futuro conselho de administração da CGD (que, entretanto, foi nomeado) participasse em algumas das reuniões e fosse informado sobre requisitos em matéria de auxílios estatais."
A comissária, segundo a resposta a que a Lusa teve acesso, disse "ter sido contactada pelas autoridades portuguesas pela primeira vez em abril de 2016" sobre uma nova recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A comissária adiantou que "compete às autoridades nacionais decidir quem deve estar presente ao seu lado nas reuniões".
António Domingues só a 31 de agosto assumiu funções como presidente da CGD, tendo renunciado ao cargo que mantinha no conselho de administração do BPI a 30 de junho.
Já hoje, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, disse que se impõe ao Governo, e nomeadamente ao primeiro-ministro, um "esclarecimento urgente" sobre os encontros do presidente da Caixa Geral de Depósitos em Bruxelas quando ainda era quadro do BPI.
"As instituições da União Europeia estão a dar mais informações que o Governo e a administração" da Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmou o líder da bancada social-democrata em conferência de imprensa no parlamento, instando o Governo e António Costa a prestar esclarecimentos.
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