"O primeiro-ministro nunca me pressionou no sentido de fazer qualquer mudança, nem de nomear fosse quem fosse para a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Foi iniciativa minha", afirmou o ex-governante na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão do banco público.
Teixeira dos Santos justificou a alteração dos membros do Conselho de Administração da CGD com a "situação de alguma instabilidade em torno da liderança e da direção" que subsistia já há alguns meses antes de ter assumido funções no Governo Sócrates, e que era refletida nas "notícias e ruídos que desestabilizam as equipas".
O antigo ministro sublinhou que a substituição da liderança do banco estatal foi decidida cerca de uma semana depois de tomar posse, em finais de junho de 2005, quando foi convidado por Sócrates para assumir a tutela das Finanças, depois de Luís Campos e Cunha ter resignado ao cargo quatro meses depois de o assumir, após se ter incompatibilizado com Sócrates.
Na semana passada, Campos e Cunha revelou, também no âmbito desta comissão de inquérito, ter sido pressionado por Sócrates para substituir a administração do banco público, tendo-se recusado a fazê-lo.
Hoje, Teixeira dos Santos afastou a hipótese de ter sido pressionado pelo primeiro-ministro de então e assumiu a decisão.
"Nos cerca de três a quatro meses que antecederam a minha tomada de posse como ministro, houve várias notícias sobre as intenções que o Governo da altura tinha e as alterações que queria promover na CGD, mudança que nunca se concretizou", vincou, considerando que "a fragilização da CGD justificava uma mudança na liderança" do banco.
"O arrastar desta situação de indefinição e de falta de clareza nestas matérias não era benéfico para a CGD", assinalou, justificando assim o facto de ter substituído a equipa de gestão do banco estatal apenas uma semana depois de assumir funções governamentais.
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