De acordo com um documento da CGTP, que vai servir de apoio a um encontro nacional que hoje se realiza em Lisboa, “a presente situação comporta resultados positivos, designadamente, no plano do reforço da organização e da sindicalização”, mas “os ganhos são insuficientes para superar problemas e dificuldades decorrentes da desvalorização do trabalho e dos trabalhadores e da ofensiva contra os seus direitos e rendimentos”.

“Os recursos financeiros do MSU são indissociáveis da sindicalização e do recebimento da respetiva quotização — elemento estratégico que garante a sua independência -, pelo que é determinante intensificar a ação sindical integrada, reforçar a organização nos locais de trabalho e agir no imediato perante quaisquer situações de retenção patronal da quotização dos trabalhadores”, defende a Intersindical no documento a que a agência Lusa teve acesso.

O encontro nacional da CGTP insere-se na fase preparatória do próximo congresso, que se realiza em fevereiro de 2020 no Seixal.

O documento de trabalho defende como prioridade não só a dinamização de mais sindicalização, e , por consequência, de mais receita de quotização, mas também o avanço “na discussão das questões financeiras, da gestão e aplicação dos recursos como prática regular e generalizada, com implementação de regras, mecanismos de gestão e medidas concretas para controlar e reduzir gastos internos e redimensionar e adequar o aparelho existente”.

“A par da adoção de soluções que passam por instalações comuns, serviços técnicos, administrativos e de apoio à ação sindical partilhados, da centralização de alguns serviços e a descentralização de outros, é necessário continuar a investir em meios informáticos e em novas tecnologias, designadamente na área da informação e comunicação, assegurando a elevação da qualificação e o envolvimento, nas orientações sindicais e em medidas para a normalização de procedimentos em todos os serviços, dos trabalhadores sindicais, garantindo sempre uma rigorosa e transparente gestão financeira”, diz o texto.

Para a CGTP, as alterações nos processos de gestão administrativa devem ter como preocupação melhorar a resposta dos serviços de apoio aos sócios e delegados sindicais.

No plano administrativo e financeiro, “a rentabilização e o uso racional dos recursos disponíveis e a redução de gastos continuam a ser prioridades centrais, com vista a uma gestão financeira cada vez mais criteriosa, com rigor e controlo da despesa e da receita de quotização, de forma a aumentar a capacidade de intervenção, influência, mobilização e luta sindical e garantir os meios para suportar o funcionamento da estrutura de forma autónoma e independente”.