“O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aprovou hoje [quinta-feira] o envio de uma delegação israelita liderada pelo diretor do Mossad, David Barnea, amanhã [sexta-feira] para o Qatar”, indica o comunicado.

O chefe do Mossad vai encontrar-se “com o diretor da CIA, Wllliam Burns, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahman Al-Thani, e o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, com o objetivo de avançar na libertação dos reféns” detidos em Gaza, na perspetiva de uma trégua entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, acrescenta o texto.

Na passada segunda-feira Barnea já se tinha deslocado ao Qatar no âmbito destas discussões.

Estados Unidos, Qatar e Egito tentam obter um acordo sobre uma trégua de seis semanas na Faixa de Gaza que possibilite a libertação dos reféns retidos em Gaza desde os ataques do Hamas de 07 de outubro, em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas nesse dia e 130 ainda se mantêm como reféns em Gaza, das quais 33 já estarão mortas, segundo as autoridades israelitas.

O mais recente conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do Hamas que implicou 1.160 mortos, na maioria civis, de acordo com dados oficiais israelitas.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, tutelado pelo Hamas, cerca de 32.000 pessoas já foram mortas nos bombardeamentos e incursões israelitas no território palestiniano, na sua maioria mulheres, crianças e adolescentes.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do território.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 7 de outubro, pelo menos 418 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado perto de 7.000 detenções e mais de 3.000 feridos.