Num curto comunicado hoje divulgado, o Exército confirmou que o tenente-general Antunes Calçada apresentou declaração de passagem à situação de reserva "a qual foi aceite pelo general chefe do Estado-Maior do Exército".
"A fim de assegurar a manutenção da cadeia de comando" foi nomeado o vice-chefe do Estado-Maior do Exército, tenente-general Rodrigues da Costa, "para assumir o cargo de Comandante do Pessoal em acumulação", refere o comunicado.
Questionado pela Lusa, fonte do gabinete do ministro da Defesa recusou comentar o pedido de passagem à reserva do general Antunes Calçada, alegando que é um assunto do âmbito administrativo do Exército.
O Expresso noticiou hoje que o tenente-general Antunes Calçada, comandante do Pessoal, apresentou a demissão "por divergências inultrapassáveis" com o Chefe do Estado-Maior do Exército, alegadamente devido à forma como o general Rovisco Duarte decidiu exonerar cinco comandantes no caso do furto de Tancos.
O semanário Expresso refere ainda uma segunda demissão, a do Comandante das Forças Terrestres, António Faria Menezes, escrevendo que o general irá segunda-feira solicitar a sua exoneração do cargo.
Citado pelo Expresso, o tenente-general Faria Menezes considerou que "houve uma quebra do vínculo sagrado entre comandantes e subordinados".
Na sua página na rede social Facebook, o general Faria Menezes escreveu que "o vínculo sagrado da confiança entre comandante e soldados nunca pode ser quebrado".
Contactado pela Lusa, o porta-voz do Exército disse que desconhecer qualquer pedido por parte do tenente-general Faria Menezes.
Na base das decisões dos dois generais, segundo o jornal, estará a forma como o chefe do ramo decidiu exonerar os comandantes das cinco unidades responsáveis por alocar efetivos à vigilância dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi furtado material de guerra, detetado no dia 28.
O general Rovisco Duarte decidiu exonerar os comandantes até estarem concluídas as investigações internas que determinou. Segundo admitiu numa reunião à porta-fechada com os deputados da comissão parlamentar de Defesa, quinta-feira, esta decisão não foi consensual na estrutura do Exército, disseram à Lusa fontes parlamentares.
Contudo, a decisão foi assumida como um ato de comando que melhor protegia os comandantes na fase das investigações.
[Notícia atualizada às 18:47]
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