Mattis explicou, durante um encontro no Instituto da Paz, em Washington, que o Pentágono trabalha para alcançar um acordo com o Kremlin, no que diz respeito a armas nucleares de médio alcance (INF, nas siglas em inglês), embora admita que tal seja difícil.

Segundo Mattis, as recorrentes violações do acordo por parte de Rússia põem em causa a credibilidade de futuros tratados.

Mattis também explicou que o Pentágono abordou a possibilidade de abandonar o acordo, junto dos seus aliados da NATO, tendo-lhes pedido apoio na procura de uma solução, na sequência das declarações de Trump.

“Pedi-lhes [aos aliados da NATO] que me façam chegar observações, se as tiverem, porque, se não, [a situação] parece-me insustentável”, indicou Mattis, que acrescentou não ter recebido “nenhuma proposta até à data”.

O primeiro acordo sobre armas nucleares de alcance intermédio foi assinado em 1987, entre os então presidentes dos dois países, Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov. Em 2010 foi assinado o acordo New Start, que deveria vigorar até 2021.

No passado dia 20, Trump acusou Moscovo de ter violado o acordo de não proliferação nuclear e anunciou a saída de Washington do tratado.

“Rússia violou o acordo. Está a violá-lo há muitos anos, e não sei por que motivo o Presidente Obama não o negociou ou não o denunciou”, disse então Donald Trump.

Moscovo, por seu lado, disse que o mundo será “mais perigoso” sem o tratado, e que alguns países europeus “não percebem” as consequências que teria a instalação de mísseis norte-americanos no Velho Continente.