“O Chega ouviu hoje a iniciativa do BE de avançar com uma comissão de inquérito à TAP e não podíamos, em consciência, inviabilizar ou estar contra esta iniciativa, naturalmente, uma vez que nós próprios no início avançámos com essa possibilidade”, sustentou André Ventura, em declarações aos jornalistas no parlamento.

No entanto, o líder do Chega salientou que “permanece como uma possibilidade forte que o Chega entregue a sua própria proposta de comissão de inquérito à TAP”, decisão que “vai depender do universo e do tipo de investigação que o BE queira fazer”.

“Se o BE quiser usar esta comissão de inquérito para criticar a política pública da TAP, a reversão, a nacionalização, que é o que parece pelo menos do anúncio, então o Chega não se oporá a ela, mas não é a comissão de inquérito que o país precisa”, continuou.

Na opinião de Ventura, o que é necessário é saber “nos últimos anos qual foi o circuito financeiro entre a TAP e os seus administradores e diretores: quanto é que foi pago, a que título, a quem, que dinheiros foram utilizados na TAP e de que forma foi feita a gestão”.

“Se a comissão de inquérito do BE permitir fazer esta investigação a fundo contarão com o nosso apoio. Caso seja apenas uma simbologia política, que não permita ter um universo temporal de investigação aprofundado e uma investigação real à gestão da TAP, aos prémios pagos, às indemnizações pagas, então o Chega apresentará a sua própria proposta de comissão de inquérito para o dia em que estiver agendada essa discussão”, frisou.

O Bloco de Esquerda anunciou hoje que vai avançar com uma proposta de comissão de inquérito parlamentar sobre o controlo público e político da gestão da TAP, visando um escrutínio completo da situação desta empresa.