
Em declarações aos jornalistas à entrada para o jantar de Natal do Chega, em Lisboa, André Ventura apelou ao Governo para “que trave o aumento de 4,9%” anunciado hoje.
O Chega vai propor simultaneamente no parlamento que “haja aumento zero de portagens” em 2023.
Apesar de reconhecer que há “uma regra que se refere ao aumento [das portagens indexado à] da inflação” e que a subida de 4,9% já representa uma limitação imposta pelo Governo – sem esta medida, as portagens aumentariam acima dos 9%, de acordo com a inflação -, Ventura sublinhou que, nesta matéria, deveria ser adotada uma “medida extraordinária”.
Para o líder do Chega, numa altura em que a inflação está “nos 9,9%” e o “aumento do cabaz alimentar” se encontra “na maior variação homóloga de que temos memória nas últimas décadas”, “impedir o aumento de qualquer portagem” em 2023 seria “algo justo”.
“Penso que o interior ganhava com isso, mas também as pessoas que vivem à volta das grandes cidades, como é o caso de Lisboa. (…) É um apelo que fazemos ao Governo neste Natal: era bom que fosse uma medida natalícia, anunciada nesta quadra, porque os portugueses merecem-no”, disse.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou hoje, no final do Conselho de Ministros, que as portagens vão aumentar 4,9% a partir de janeiro, considerando “equilibrada” a solução a que foi possível chegar.
“Era para nós claro que um aumento de 9,5% e 10,5% era insuportável, mas também há contratos e responsabilidades (…) e tentámos encontrar uma solução equilibrada que permitisse um aumento menor”, disse o ministro.
Assim, a partir de 01 de janeiro, as taxas de portagens terão um aumento que será 4,9% a ser suportado pelos utilizadores. Acima deste valor, precisou o governante, “2,8% serão responsabilidade do Estado e o remanescente, até 9,5% ou 10,5%, será suportado pelas concessionárias”.
Pedro Nuno Santos estimou que o Estado terá um custo financeiro de cerca de 140 milhões de euros em resultado da adoção desta fórmula.
Comentários