“Isto, a ser verdade, significa que estamos perante um risco de segurança muito significativo e perante a possibilidade, ou a tentativa, de estarem a entrar em Portugal, através da Jornada Mundial da Juventude, não só grupos radicalizados, como pessoas que podem não ter boas intenções”, afirmou André Ventura.
O presidente do Chega falava à margem de uma visita à Casa de Saúde de São João de Deus, no Funchal, um estabelecimento de referência na área da psiquiatria, saúde mental, tratamento de toxicodependências e reabilitação psicossocial na Região Autónoma da Madeira.
André Ventura disse que o partido tem a informação, “não confirmada, mas de fontes fiáveis e fidedignas”, de que milhares de pessoas do Médio Oriente, especialmente do Paquistão, estão inscritas na JMJ, e pretende agora obter esclarecimentos do Ministério da Administração Interna, da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
“Nós não queremos, nem é nosso objetivo, obviamente, criar nenhum fator de perturbação, nem de receio, [queremos] é apenas saber se isto é verdade e se isto se confirma, que há dezenas de milhares de pessoas a tentarem inscrever-se provindas dessas zonas do mundo, sobretudo zonas em conflito e de zonas com grande predominância do fenómeno de radicalização”, afirmou.
A Jornada Mundial da Juventude, o maior evento da Igreja Católica, realiza-se pela primeira vez em Portugal, de 01 a 06 de agosto, em Lisboa, onde são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
Nas mesmas declarações, o líder do Chega afirmou querer saber o que está a ser feito ao nível do “tratamento, acompanhamento e prevenção” e se as autoridades portuguesas estão a fazer “todo o possível” para garantir “nenhuma surpresa desagradável”.
André Ventura lembrou que anteriormente havia “informações e relatórios preliminares” indicando que poderia haver movimentações que colocassem em perigo a segurança da JMJ, mas reiterou que o seu partido “não pretende criar nenhum alarme social, nem nenhum sentimento de insegurança”.
O objetivo do Chega é, segundo disse, o de auscultar as autoridades no sentido de perceber se o fenómeno está a ser tratado com a “devida cautela”, por considerar que a Jornada Mundial da Juventude “pode ser uma porta de entrada de fenómenos criminosos” associados ao terrorismo, ao tráfico de seres humanos e ao crime internacional organizado.
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