O Dia da Vitória comemora a vitória europeia dos Aliados sobre o regime da Alemanha nazi, no final da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio 1945. Nos países sob influência da antiga União Soviética, a partir de 1967, o Dia da Vitória começou a ser comemorado no dia 9 de maio, referindo-se ao dia da capitulação das forças nazis perante as tropas soviéticas, e passou a ser considerado um dia feriado. Na maior parte dos países europeus ocidentais, continuou a celebrar-se o Dia da Vitória em 8 de maio.

Nas últimas semanas, os serviços de informações ocidentais passaram a mensagem de que o Kremlin gostaria de celebrar o dia 9 de maio deste ano com uma importante vitória na guerra na Ucrânia.

Contudo, nos últimos dias, as autoridades russas têm esvaziado as expectativas relativamente a um qualquer sucesso militar até ao Dia da Vitória, embora não abdiquem de celebrar a data com a pompa e circunstância de outros anos, aproveitando para organizar uma parada militar na Praça Vermelha, em Moscovo, para expor o seu poderio de armamento.

Nem durante os difíceis anos da pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, a Rússia deixou de celebrar o Dia da Vitória, apenas concedendo o adiamento dos festejos.

Que festejos estão a ser preparados na Rússia para o Dia da Vitória deste ano?

Em plena invasão da Ucrânia – que o Presidente Vladimir Putin apelidou de “operação militar especial” – o Kremlin prometeu uma parada militar com mais de 10.000 soldados, 62 aviões de combate e 15 helicópteros de guerra.

Durante as cerimónias, está programado que oito aviões de caça Mig-29 escrevam no céu a letra Z, símbolo adotado pelos apoiantes da invasão russa da Ucrânia.

Durante os preparativos para a celebração deste ano na Rússia, no final de abril, as ruas do centro de Moscovo foram encerradas para deixar passar dezenas de veículos militares que ensaiavam a parada de hoje.

À cabeça da longa fila de veículos, destacavam-se os que transportavam mísseis de longo alcance, capazes de transportar ogivas de armas nucleares.

O Kremlin já justificou com o facto de não se tratar de uma “data redonda” a ausência de convites a personalidades de outros países para assistirem à parada militar em Moscovo.

Em 1995, quando da celebração dos 50 anos da vitória europeia da Segunda Guerra Mundial, muitos líderes mundiais convergiram em Moscovo, naquele que era o primeiro grande evento estatal após a queda do Muro de Berlim.

Em 2015, na comemoração dos 70 anos, estiveram presentes os presidentes de países como a Índia e a China, mas a maioria dos líderes ocidentais boicotaram a cerimónia, por causa da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.

Em 2020, as celebrações dos 75 anos do Dia da Vitória foram adiadas por causa da pandemia de covid-19.

Que outras antigas repúblicas soviéticas ainda celebram o Dia da Vitória?

A maioria das repúblicas que pertenceram à União Soviética, bem como vários países que estiveram sob a sua influência, ainda hoje celebram este dia, com diferentes designações e com diferentes modelos (alguns preservam o dia de feriado, outras apenas o recordam com pequenas festividades).

Este ano, por causa da guerra na Ucrânia, vários países estão a planear celebrações mais modestas e discretas.

No caso da autoproclamada república separatista da Transnístria, na Moldova, a parada militar de 09 de maio foi mesmo cancelada, após uma série de ataques terroristas que indiciaram a possibilidade de a intervenção militar russa se poder alargar para este território.