Segundo um edital do Departamento Provincial de Justiça de Sichuan, divulgado formalmente hoje, Lu Siwei, que representava um dos 12 ativistas de Hong Kong que foram detidos no mar quanto seguiam em agosto para Taiwan, viu a sua licença de advocacia revogada.
Em dezembro passado, 10 dos 12 ativistas então detidos foram sentenciados por um tribunal de Shenzhen a penas de prisão entre os sete meses e os três anos por “travessia ilegal da fronteira” e por “organização ilegal de travessias da fronteira”.
Os 12 ativistas fizeram parte do êxodo dos residentes na antiga colónia britânica na sequência da imposição, por Pequim, da restritiva nova lei de segurança nacional, que tem destruído as liberdades civis pró-ocidentais em Hong Kong.
Desde que a lei entrou em vigor, como resposta aos protestos antigovernamentais iniciados em 2019, foram detidos dezenas de ativistas pró-democracia, perante as denúncias dos países europeus e dos Estados Unidos.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chun Ying, afirmou que Pequim considerou os 12 ativistas como “elementos que tentaram separar Hong Kong da China”, não ativistas pró-democracia.
As autoridades de Pequim, que exigem que os advogados prestem um juramento de fidelidade e de lealdade ao Pratico Comunista Chinês (PCC), têm apertado o controlo à profissão.
Segundo reporta a agência noticiosa Associated Press (AP), existem outros advogados a quem também já foram retiradas as respetivas licenças por defenderem acusados em casos políticos sensíveis, havendo ainda outros que estão detidos,
Numa notícia divulgada na semana passada, o Gabinete de Chendu do Departamento de Justiça de Sichuan, acusou Lu Siwei de ter violado a lei com a sua conduta profissional, reforçando a acusação por o advogado escrito comentários nas redes sociais que “provocaram um impacto negativo na sociedade”.
Também na semana passada, Ren Quanniu, outro advogado de outros dos 12 ativistas detidos em agosto, foi notificado pelo Departamento de Justiça de Henan, tendo sido então informado de que poderá perder também a sua licença.
A audiência está ainda por realizar, mas é tradicionalmente vista como uma formalidade para perder a carteira profissional.
Quarta-feira, Ren e um pequeno grupo de apoiantes dos ativistas compareceram na audiência em que foi decretada a suspensão da carteira profissional a Lu Siwei, acabando por ser impedidos pela polícia de assistir ao anúncio da decisão.
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