O projeto, da autoria da empresa ARX Portugal Arquitetos, prevê a construção de quatro edifícios, um deles com 60 metros e 16 andares, em terrenos atualmente abandonados no quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis.
O futuro empreendimento contemplará cerca de 85 apartamentos, habitação de convivência, escritórios, espaços comerciais, 413 lugares de estacionamento para automóveis e 99 para motas, de acordo com a informação disponibilizada no ‘site’ da Câmara de Lisboa.
Os quatro novos edifícios e a reabilitação dos pré-existentes “conformam duas praças” ajardinadas abertas ao público.
“O movimento considera inaceitável aquela construção e considera um erro histórico, porque descaracteriza a identidade da Avenida Almirante Reis e dos bairros circundantes” e “porque constitui uma agressiva interferência no sistema de vistas da cidade, nomeadamente nos miradouros da Penha de França, do Monte Agudo e do miradouro do futuro Jardim do Caracol da Penha”, afirmou Rita Cruz, uma das moradoras responsáveis pela iniciativa, em declarações à Lusa.
Além disso, “a construção da torre cria uma violenta área de sombras sobre as ruas e sobre as casas circundantes, acarretando um decréscimo na qualidade de vida dos moradores e dos visitantes naquela área da cidade”, destacou.
Apesar de o movimento ser favorável à requalificação daquela zona e acreditar que deve “ser construída alguma coisa que seja positiva para a cidade e para os moradores”, Rita Cruz disse que o grupo não vai “decidir ou propor qualquer tipo de proposta ou construção”.
O movimento foi constituído esta tarde, com um grupo inicial de dez pessoas, que convidam “todos os cidadãos e organizações interessados a juntar-se ao movimento”, segundo um comunicado enviado às redações.
Denominado “Stop Torre 60m Portugália”, o grupo avança ainda que vai lançar nos próximos dias uma petição em papel dirigida à Assembleia Municipal de Lisboa “para que a opinião cidadã pese indelevelmente nas tomadas de decisão” da autarquia da capital.
O projeto de requalificação do quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis, está em discussão pública até ao dia 24 de maio, prazo que foi prorrogado depois de o PSD ter exigido a realização de sessões de apresentação pública do projeto.
A primeira realiza-se na quinta-feira, no auditório da sede da Ordem dos Arquitetos, às 18:30, e a segunda terá lugar na próxima terça-feira, no Mercado Forno do Tijolo, à mesma hora.
O projeto, que inicialmente só podia ser consultado no edifício da câmara do Campo Grande e na Junta de Freguesia de Arroios, já está disponível para consulta no ‘site’ da autarquia.
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