A declaração final da cimeira realizada em Riade diz que os membros da Liga Árabe e da comunidade de países muçulmanos “recusam-se a caracterizar esta guerra como autodefesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto”.
Os países árabes exigem o fim imediato do conflito na Faixa de Gaza e o aumento da entrada humanitária no enclave, bem como garantias de que Israel será responsabilizado pelos seus crimes.
A declaração final emitida no final da cimeira de Riade – realizada face ao “silêncio” e aos “duplos pesos e duplas medidas” dos países ocidentais – condena a campanha de “punição coletiva” de Israel contra Gaza, que já provocou mais de 11.000 mortos.
Na declaração, os países árabes rejeitaram que os ataques de Israel sejam classificados como um exercício de autodefesa.
Por isso, os subscritores do documento pedem ao procurador-geral do Tribunal Penal Internacional que “cumpra a investigação dos crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por Israel”, não só em Gaza, mas “em todo o território ocupado”.
Os países árabes pedem também ao Ocidente que “pare de exportar armas” para Israel.
A declaração final afirma que o único caminho para a paz é a criação de um Estado palestiniano independente com Jerusalém Oriental como capital.
“Afirmamos que nem Israel nem nenhum dos países da região desfrutarão de segurança e paz sem que os palestinos desfrutem delas e recuperem todos os seus direitos”, pode ler-se no documento.
Os países árabes querem a convocação de uma conferência internacional de paz, “o mais rapidamente possível”, para lançar um “processo credível baseado no direito internacional” para acabar com “a ocupação israelita do território palestiniano”.
A lista de chefes de Estado que participaram da cimeira incluiu nomes como o Presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, e o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas.
Também participaram no encontro personalidades que suscitam algum ressentimento entre os árabes, como o Presidente da Síria, Bashar al Assad, e o Presidente do Irão, Ebrahim Raisí, que fez a sua primeira visita à Arábia Saudita.
Ambos tiveram pontos nos seus discursos que se distanciaram do tom geral de condenação: enquanto Raisí apelou ao armamento dos palestinianos para enfrentar Israel, Al-Assad assegurou que o ataque inicial do Hamas impôs uma “nova realidade” no Médio Oriente.
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