O atropelamento terá sido intencional, causado por um veículo em que viajava um casal de apoiantes do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e que, antes de avançar contra a multidão, acusou os manifestantes de serem “esquerdistas”.
Isto depois de grupos de familiares e amigos dos reféns, que há seis meses pedem um acordo para a sua libertação, se terem juntado na semana passada a um antigo movimento de protesto antigovernamental.
O incidente gerou condenação generalizada e preocupações sobre o agravar das tensões sociais à medida que prossegue a guerra lançada em resposta ao ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em outubro.
O atropelamento “é um resultado direto do incitamento vindo do governo e da máquina de veneno. (…) A polícia deve tratar os agressores com toda a severidade da lei”, disse o líder da oposição.
“Não seremos dissuadidos ou forçados a parar de protestar até que os sequestrados sejam devolvidos e este terrível governo caia”, acrescentou Yair Lapid, na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma rede social, um dos líderes do protesto, Moshe Radman, dirigiu-se diretamente a Netanyahu: “Chega de incitamento, chega de violência (…). Já destruiu o suficiente, vá embora!”.
Alguns manifestantes entraram em confronto com a polícia, que efetuou pelo menos cinco detenções, e milhares de pessoas marcharam mais tarde até à sede da Histradrut, a federação sindical de Israel, para exigir uma greve geral.
Este foi um dos maiores protestos desde o início da guerra na Faixa de Gaza, que hoje completa seis meses. Os organizadores estimam que 150 mil pessoas tenham saído à rua em todo o país.
Além de Telavive, protestos pela libertação dos reféns e por novas eleições decorreram em 50 outros locais em Israel, incluindo Jerusalém, Haifa, Cesareia, Herzliya, Kfar Saba, Raanana e Karkur.
Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes em solo israelita que causou 1.200 mortos e mais de 250 reféns, dos quais 129 continuam em cativeiro, de acordo com as autoridades de Israel.
Em resposta, Israel avançou com uma forte ofensiva militar na Faixa de Gaza, que já matou mais de 33.100 habitantes, de acordo com os últimos números do Hamas, e deixou o enclave em estado de destruição e fome severa, segundo a ONU.
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