Contactado pela Lusa, o hospital apresentou outros números da distribuição dos enfermeiros, divulgando que nos horários planeados estão a trabalhar "em cirurgia vascular e urologia quatro de manhã, três à tarde e três à noite".
Em comunicado enviado à agência Lusa, a OE caracteriza a situação como "correspondente a mínimos em dia de greve", mas que, no caso do CHVNG/E, é "para todo o mês de julho".
"O horário, que foi enviado à Ordem dos Enfermeiros e do qual já foi dado conhecimento ao ministro da Saúde, mostra um enfermeiro no turno da manhã para 18 camas no Serviço de Cirurgia Vascular, um enfermeiro no turno da tarde e um enfermeiro no turno da noite", explicita a nota de imprensa.
Ainda segundo a OE, este "rácio repete-se para as 16 camas de Urologia".
Por seu turno, e argumentando que o "número atual de enfermeiros" não é o desejado pelo Conselho de Administração, o hospital acrescenta que "há reforços diários de, no mínimo, mais um enfermeiro no período da manhã", refere o comunicado que "também seguiu para o ministério da Saúde".
A OE dá ainda conta que "apesar dos repetidos avisos" o Governo "não acautelou a mudança das 40 para as 35 horas semanais, que agravou em 1.700 a carência de enfermeiros", numa altura em que "já faltam 30 mil profissionais para estar ao nível da média da OCDE".
Considerando que "este horário, à semelhança de muitas outras denúncias que têm chegado à OE nos últimos dias, desmente as declarações do ministro quanto à suposta ‘normalidade' na esmagadora maioria dos serviços de Saúde", a ordem salienta que enfermeiros dizem estar "no limite da sanidade mental".
O comunicado cita ainda a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, para quem "esta situação ultrapassa todos os limites da razoabilidade e segurança das pessoas e profissionais", e a solicitação para uma "intervenção urgente do ministro da Saúde".
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