Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina informa que “no âmbito da operação de aquisição da participação detida pela Promotora de Informaciones, S.A. (Prisa) na Grupo Media Capital, SGPS, S.A. através do contrato de compra e venda de ações representativas de 100% do capital social e dos direitos de voto da Vertix, SGPS, S.A., celebrado no dia 20 de setembro de 2019", no "seu entendimento, o contrato não caducou por efeito insucesso do aumento de capital da Cofina, cujo prospeto foi objeto de divulgação no passado dia 17 de fevereiro, razão pela qual não são devidos os 10 milhões de euros”, referiu o grupo.

O Expresso noticiou no passado dia 11 de março que a desistência do grupo liderado por Paulo Fernandes na operação de compra da Media capital ia custar 10 milhões de euros à empresa, dinheiro adiantado a título de caução.

Ainda assim, a Cofina admite voltar à mesa de negociações, tendo enviado à Prisa, “em 12 de março p.p., uma notificação de resolução do contrato (na base de fundamentos que oportunamente serão objeto de divulgação pública), condicionada a que, no prazo de sete dias, a Cofina e a Prisa não venham a acordar numa modificação do contrato de forma a restabelecer um equilíbrio das prestações recíprocas conforme com os princípios da boa-fé”, lê-se na mesma nota.

No dia 11 de março, a Cofina anunciou ao mercado que tinha desistido de comprar a TVI após falhar a operação de aumento de capital.

A operação de oferta pública permitiria o aumento de capital da Cofina no montante de 85 milhões de euros para financiamento da compra da TVI. Contudo, face à “deterioração das condições de mercado” e “não tendo sido verificada a condição de subscrição integral do aumento de capital, a oferta ficou sem efeito”, pode ler-se no comunicado da Cofina.

Conclusão: “não se encontram reunidas as condições de que depende a conclusão do negócio de compra e venda das ações da Vertix (e indiretamente da Média Capital)”, segundo a mesma informação divulgada pela CMVM.

A oferta abrangia a subscrição reservada a acionistas no exercício do direito de preferência e demais investidores que adquiram direitos de subscrição, através da emissão de 188.888.889 novas ações ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal.

O preço de subscrição tinha sido fixado em 0,45 euros por cada nova ação, que correspondia ao respetivo valor de emissão.

Os acionistas da Cofina tinham aprovado no final de janeiro o aumento de capital até 85 milhões de euros para financiar a compra da TVI. Na mesma altura, os acionistas da Prisa aprovaram a venda da Vertix, que detém a maioria da Media Capital, à Cofina, em assembleia-geral extraordinária, em Madrid.