Os dois primeiros camiões oriundos da Colômbia transportando cerca de 50 toneladas de pernil chegaram sexta-feira à noite à Venezuela, informou uma fonte da direção da Alfândega colombiana.
“Há outros camiões prontos (para sair), mas ainda não terminaram as formalidades”, acrescentou a mesma fonte.
A falta de pernil de porco levou à realização, nos últimos dias, de pequenas manifestações na Venezuela, onde as pessoas esperavam que esta mercadoria estivesse disponível e vendida a preços subsidiados para as celebrações do final do ano, como prometido pelo presidente Nicolás Maduro.
Maduro reconheceu que houve dificuldades na distribuição dos famosos pernis, mas justificou o problema com um alegado boicote internacional ligado, em sua opinião, às severas sanções financeiras impostas por Washington e a uma “sabotagem” de Portugal, de onde é importada esta carne.
Na sequência das declarações de Maduro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português rejeitou sexta-feira a acusação de sabotagem à venda de carne de porco, frisando que Portugal é uma economia de mercado em que o governo não interfere nas relações entre empresas.
Depois foi o ministro da Agricultura Urbana, Freddy Bernal, que disse que afinal era a Colômbia que tinha 2.200 toneladas do produto retidas na fronteira.
Mais tarde Maduro voltando a fazer acusações, dirigindo-se ao presidente do parlamento, o opositor Julio Borges.
Segundo o Presidente venezuelano, Borges está há um mês fora do país “a conspirar para que ninguém venda um só produto à Venezuela, para que não chegue um barco à Venezuela e para que as importações necessárias (…) não cheguem”.
Afundados numa profunda crise política e económica, os venezuelanos enfrentam uma grave escassez de alimentos básicos e de medicamentos, enquanto o FMI prevê uma inflação de 2.300% em 2018.
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