Com drones no ar e tropas no terreno, Ucrânia mantém ofensiva sobre o território russo

A Ucrânia voltou a bombardear duas regiões russas com drones, nesta terça-feira, enquanto ao passo que as suas forças terrestres tentam romper as linhas defensivas do regime de Moscovo, naquilo que Vladimir Putin tem descrito como uma incursão militar que compromete conversações de paz.
Com drones no ar e tropas no terreno, Ucrânia mantém ofensiva sobre o território russo
EPA/RUSSIAN DEFENCE MINISTRY

Uma semana após o ataque surpresa que Kiev diz ter levado à conquista de 1.000 quilómetros quadrados de território russo, as forças ucranianas continuaram esta terça-feira o seu ataque à procura de controlar mais território numa tentativa de comprometer as operações de Moscovo.

Segundo a agência Reuters, o Ministério da Defesa russo afirmou que as suas unidades de defesa aérea destruíram 12 drones sobre a região de Kursk, um sobre a região de Belgorod e um sobre Voronezh durante a manhã. Apesar das operações de contra-informação de parte a parte, são os próprios bloggers de guerra russos que relatam batalhas ferozes na frente de Kursk, quando as forças ucranianas tentaram expandir o seu controlo perto de Lgov, Bolshoy Soldatskoye e Korenevo.

Os mesmos bloggers afirmam que parte destes ataques foram rechaçados devido à mobilização russa de mais soldados e de armamento pesado, mas um dos grandes objetivos ucranianos continua com um destino incerto: Sudzha.

Um dos principais nódulos russos de fornecimento de gás natural proveniente da Sibéria Ocidental para a Ucrânia e a Eslováquia e outros países da União Europeia, não se sabe se esta cidade foi tomada pelas forças ucranianas.

De acordo com a Reuters, alguns bloggers de guerra russos e canais ucranianos do Telegram adiantam que a cidade caiu sob o controlo de Kiev,  mas não só não foi ainda possível verificar de forma independente os relatos do campo de batalha, como a Rússia ainda não deu detalhes sobre a situação em Sudzha e a própria Gazprom — empresa estatal russa de gás — afirmou nesta segunda-feira que ainda estava a bombear.

As forças ucranianas desencadearam na passada terça-feira uma incursão de assinalável amplitude na região fronteiriça russa de Kursk, a mais importante desde a invasão em larga escala da Ucrânia pelas forças russas em fevereiro de 2022.

De acordo com o governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, que manteve previamente um contacto com Putin através de videoconferência, as forças ucranianas ocupam 28 localidades nesta zona.

Smirnov precisou que operação ucraniana se estende numa zona de 12 quilómetros de profundidade e 40 quilómetros de largura, com um balanço provisório de pelo menos 12 mortos e 121 feridos civis.

Na leitura do presidente russo, Vladimir Putin, um dos objetivos da incursão em Kursk consiste em melhorar as posições de Kiev em eventuais negociações de paz. Outro passa por travar a ofensiva de Moscovo no leste e sul da Ucrânia.

“A principal tarefa do Ministério da Defesa consiste sem qualquer dúvida em expulsar o inimigo dos nossos territórios”, acrescentou Putin, antes de acusar Kiev de “executar a vontade dos ocidentais” e pretender “semear a discórdia” na sociedade russa.

“Um outro objetivo do inimigo consiste em semear a discórdia e a divisão na nossa sociedade, intimidar as pessoas, destruir a unidade e a coesão da sociedade russa”, declarou no decurso de uma reunião governamental decorrida nesta segunda-feira.

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