"Os Estados Unidos regressarão ao Acordo de Paris no primeiro dia da minha presidência", afirmou numa declaração divulgada hoje, dia da Cimeira da Ambição Climática, uma conferência virtual para dezenas de países fixarem compromissos mais ambiciosos e metas concretas para conseguir conter o aquecimento global até ao fim do século.
O compromisso dos Estados Unidos sob a sua administração será ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa até 2050, referiu Joe Biden, que sucede ao negacionista das alterações climáticas Donald Trump, que retirou o país do Acordo de Paris.
"Vou começar a trabalhar com os meus homólogos por todo o mundo para fazermos tudo o que pudermos, incluindo juntar os líderes das maiores economias para uma cimeira climática nos primeiros cem dias da minha presidência", declarou Biden.
O presidente-eleito dirigiu-se aos cidadãos do seu país - mais de 70 milhões dos quais votaram em Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro passado - e declarou que há "uma oportunidade económica enorme para criar empregos e prosperidade" nos Estados Unidos.
"Podemos exportar produtos 'limpos' fabricados nos Estados Unidos para o mundo, materializando a nossa ambição climática de uma forma boa para os trabalhadores e para a economia americana", argumentou.
Os Estados Unidos não estarão representados na cimeira virtual que hoje se realiza ao nível do governo federal mas através de governadores de estados como o Michigan (democrata) e o Massachussetts (republicano).
Na abertura da cimeira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu aos líderes mundiais que declarem o estado de emergência climática nos seus países até que se consiga atingir a neutralidade carbónica.
Os objetivos do Acordo de Paris fixados em 2015 vão ser confirmados em 2021 na conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as alterações climáticas, quando se espera que os cerca de 200 países signatários apresentem novas contribuições determinadas nacionalmente e metas concretas de neutralidade carbónica.
O objetivo último do Acordo é conseguir limitar o aquecimento global até ao fim do século, impedindo que ultrapasse os dois graus centígrados acima da temperatura média da era pré-industrial, mas mantendo-o idealmente nos 1,5 graus.
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