A mensagem foi apagada poucas horas depois pelo Facebook, mas, segundo o Washington Post, tem havido nos últimos meses várias publicações semelhantes nas redes sociais em que os militantes do EI falam da compra e venda de escravas sexuais, bem como da forma como elas devem ser tratadas.

Este parece ser, no entanto, o primeiro caso em que é publicada uma fotografia com proposta de venda. Steven Stalinsky, diretor executivo do East Media Research Institute, uma ONG sediada em Washington que monitoriza a atividade dos militantes do EI nas redes sociais, comenta, citado pelo Washington Post: “Temos visto muitas brutalidades, mas o conteúdo que o EI tem difundido nos últimos dois anos ultrapassa tudo, é maldade pura”. E acrescenta: “Vender raparigas escravas nas redes sociais é apenas mais um exemplo disso.”

Stalinsky diz que Almani, o autor do post, é provavelmente de nacionalidade alemã e combatente na Síria. Além de incentivar os seus amigos a virem também para a Síria, Almani debateu com alguns se os 8 000 euros eram um preço justo, e se a rapariga tinha alguma qualidade especial que o justificasse. Almani argumentou que o preço se explicava com a lei da oferta e da procura.

A Human Rights Watch diz que, segundo fontes no terreno no Iraque e na Síria, o EI terá em seu poder cerca de 1800 mulheres e raparigas, capturadas na conquista das aldeias Yazidi na região. Os militantes consideram que a lei islâmica os autoriza a manter como escravas estas mulheres não-muçulmanas, que são vítimas de maus tratos e violações, vendidas e compradas, e não têm acesso a qualquer tipo de cuidado, segundo relatos de algumas que conseguiram escapar.

Os problemas militares e económicos que o EI tem vindo a enfrentar nos últimos tempos deixam estas mulheres mais vulneráveis e à mercê dos combatentes, que as vendem quando estão sob pressão financeira.