• Se a madrugada de sábado foi de intensos combates entre os exércitos da Rússia e Ucrânia, a de domingo que se aproxima promete ser igual. Ao final do dia, foi registada uma grande explosão em Kiev, seguida de um incêndio visível a quilómetros de distância. Ao que se sabe, terá sido um missil balístico a atingir um depósito de combustível em Vasylkiv, nos subúrbios da capital, na tentativa das tropas russas de debilitar a defesa de Kiev.
  • Na noite anterior, as forças ucranianas terão conseguido repelir vários avanços russos, entre os quais uma coluna de cinco veículos militares, incluindo um blindado, perto da estação de metropolitano Beresteiska, na avenida da Vitória, uma das principais ruas na zona noroeste da cidade. Fruto desses combates, um grande edifício residencial em Kiev foi atingido por um míssil, mas não terá provocado vítimas mortais;
  • A situação de Kiev é de tal forma tensa que foi antecipado o recolher obrigatório para as 17h00, sendo qualquer pessoa que esteja na rua depois dessa hora será tratada como inimigo. "Todos os civis que estiverem nas ruas durante o toque de recolher obrigatório serão considerados membros dos grupos de sabotagem e tratados como inimigos", disse Vitali Klitschko, o presidente da câmara da capital. Imposto em Kiev na quinta-feira, após o início da ofensiva russa, o toque de recolher estava em vigor, até agora, entre as 22:00 e as 07:00 — passou a ser entre as 17:00 e as 8:00.
  • Em sentido contrário, quem poderá permanecer nas ruas são as milícias civis a quem as autoridades deram armas de fogo. De resto, o presidente ucraniano pediu à população para defender a cidade. “Estou aqui. Não vamos depor as armas e vamos defender o nosso país”, declarou Volodymyr Zelensky, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Facebook;
  • O último balanço de vítimas mortais civis desde que começou a invasão russa da Ucrânia, na quinta-feira, ascende a 198, incluindo três crianças, havendo ainda a contabilizar mais de 1.100 feridos, segundo o ministro da Saúde ucraniano, Viktor Lyashko.
  • No entanto, os danos colaterais da guerra já se estenderam a nível internacional. Depois de um míssil russo ter atingido um navio de carga japonês ao largo da costa ucraniana esta sexta-feira — ferindo um dos membros da tripulação —, a Grécia denunciou, através do seu ministério dos Negócios Estrangeiros, o "assassinato" de pelo menos 10 ucranianos de origem grega. Seis dessas mortes ocorreram na vila de Sartana (Sul), ou perto dela, onde outras seis pessoas de origem grega também ficaram feridas, incluindo uma criança, informou o ministério. Poucas horas depois, o ministério acrescentou que outros quatro membros da minoria grega tinham sido mortos na aldeia de Bugas (sul). "As mortes de descendentes de gregos são motivo de tristeza e raiva por este ato inaceitável de agressão russa contra civis", avançou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, na rede social Twitter.
  • As sanções económicas intensificaram-se também durante o dia de sábado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen a anunciar a exclusão de alguns bancos russos do sistema SWIFT. Putin "quer destruir a Ucrânia", mas estará a "destruir o futuro do seu país", afirmou. Na mesma comunicação, Von Der Leyen anunciou que Bruxelas vai propor aos Estados-membros da União Europeia o bloqueio dos ativos do Banco Central da Rússia para impedir que o país recorra à instituição para financiar a guerra na Ucrânia.
  • A Alemanha decidiu entregar "o mais rapidamente possível" à Ucrânia mil lança-roquetes e 500 mísseis terra-ar do tipo ‘Stinger’ para a ajudar o país a defender-se da invasão militar da Rússia, anunciou hoje o Governo. O Governo alemão anunciou também o envio para a Ucrânia de 14 veículos blindados, bem como de 10.000 toneladas de combustível, que serão entregues "via Polónia". A Bélgica, os Países Baixos, a França e a República Checa, entre outros, também anunciaram entregas de armas e combustível às forças ucranianas, respondendo aos pedidos de ajuda de Kiev.
  • Este domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão reunir-se por videoconferência para decidir o reforço da ajuda militar às forças ucranianas face à invasão russa, anunciou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
  • Também a Finlândia e a Suécia reagiram às declarações proferidas na sexta-feira pelo  Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia que afirmou que uma adesão finlandesa ou sueca à NATO "teria sérias repercussões militares e políticas". Os dois países nórdicos A Finlândia e a Suécia reafirmaram neste sábado o seu direito de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) se assim desejarem e mesmo sabendo-se que esse tema não estava previamente na respetiva agenda.