“Uma vez que se terminou a greve diria que, dentro das próximas 48 horas, com o ritmo normal de trabalho, todos os postos de abastecimento estarão repostos”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) em entrevista à Lusa.

Em causa está a greve dos motoristas que terminou hoje de manhã, após o sindicato e a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem chegado a acordo, sob a arbitragem do Governo.

Francisco São Bento sublinhou que os trabalhadores do setor “são muito bons profissionais” e, por isso, vão conseguir repor a situação rapidamente.

No entanto, lamentou as más condições de trabalho a que estão sujeitos, que colocam em causa a segurança destes motoristas e dos restantes utilizadores da via pública.

“As condições de trabalho são horríveis. Estamos a falar de trabalhadores que transportam diariamente 36 mil litros de químicos por viagem, com cargas horárias de 15,16 e 17 horas por dia”, explicou.

Hoje, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) afirmou à Lusa que a normalização da situação pode demorar até cinco dias.

“Acreditamos que [regularizar] tudo, portanto uma situação igual à existente antes do início da greve, poderá demorar até cerca de cinco dias, mas grande parte das situações estarão regularizadas antes disso”, disse António Comprido, da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), à Lusa.

O responsável da associação adiantou que “a partir de amanhã [sexta-feira] já deverá haver uma situação normal em muitos casos, mas a totalidade só depois do fim de semana”.

Em conferência de imprensa, após a reunião com patrões e sindicato, o ministro das Infraestruturas destacou a garantia de “paz social” acordada entre os motoristas de matérias perigosas para o processo negocial e referiu uma “normalização gradual” do abastecimento de combustíveis no país e referiu que a primeira reunião negocial decorrerá no dia 29.

No acordo assinado, a ANTRAM e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas comprometem-se a concluir até dia 31 de dezembro um processo de negociação coletiva.

A negociação coletiva deverá assentar nos seguintes princípios de valorização: individualização da atividade no âmbito da tabela salarial, subsídio de risco, formação especial, seguros de vida específicos e exames médicos específicos.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas teve início às 00:00 de segunda-feira, convocada pelo SNMMP.

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