"Isto aconteceu mesmo num período difícil a nível mundial", vincou Cai Run na abertura protocolar do primeiro Fórum Económico Portugal-China, que decorre hoje e quarta-feira em Lisboa.

Para o embaixador, as relações entre Portugal e a China passam pelo "melhor período de sempre", assentes numa "confiança política mútua, que permite mais negócios e mais viagens empresariais".

O embaixador destacou alguns dos grande negócios feitos por empresas chinesas em Portugal, como a entrada no capital da EDP, o que levou o administrador da elétrica e presidente da Câmara de Comércio luso-chinesa a dizer que sente uma "responsabilidade acrescida".

A primeira privatização a arrancar, durante o governo de Pedro Passos Coelho, foi a da EDP, em dezembro de 2011, com o anúncio da venda de 21,35% da elétrica portuguesa à China Three Gorges, por 2,69 mil milhões de euros.

Em fevereiro de 2012, foi a vez da venda da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa gestora das redes energéticas nacionais.

Posteriormente, a chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Espírito Santo Saúde, estando atualmente a negociar a compra de 16,7% do capital do BCP, podendo reforçar ainda a sua posição no banco para entre 20% a 30%, dependendo das limitações de votos dos estatutos.

No ano passado, o Haitong Bank concluiu a compra do banco de investimento português BESI.

Em outubro, o grupo de Macau KNJ Investment Limited, fundado em 2012, assinou um memorando de entendimento com a Global Media, que prevê que a empresa macaense passe a controlar, no próximo ano 30% da dona do Diário de Notícias (DN) e da TSF, entre outros títulos, através de uma injeção de capital de 17,5 milhões de euros.

As empresas chinesas, disse o embaixador, já investiram 6,5 mil milhões de euros em Portugal.