“A atual lista está demissionária, portanto irá terminar o seu mandato e provocar eleições. Competirá à nova comissão de trabalhadores seguir com as negociações se a empresa o entender, mas só lá muito para o final do mês porque só aí estarão todos os trabalhadores. Este mês [agosto] só estão 50%, outros 50% estão de férias, à vez. Só aí será possível marcar as eleições”, disse o representante dos funcionários da fábrica de Palmela.
Entretanto, hoje mesmo, a administração da estrutura do grupo Volkswagen e representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Ambiente do Sul (SiteSul) e da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal) reuniram-se, desconhecendo-se para já o resultado do encontro.
“O sindicato vai manter a posição que sempre teve, de que os horários trabalho devem ser de segunda a sexta-feira e para facilitar a negociação, e disponibilizar-se para retirar o pré-aviso de greve para o dia 30 de agosto de 2017 se a empresa retirar a sua proposta de horário de segunda a sábado”, lê-se em comunicado do SiteSul, publicado após ser conhecido o resultado do referendo.
Na sexta-feira, 74,8% dos trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram o pré-acordo alcançado entre a comissão de trabalhadores e a administração da empresa para os novos horários e turnos, mediante compensação financeira de 175 euros acima do valor previsto na legislação, tendo contado apenas com 23,4% de votos favoráveis num universo de 3.472 votantes.
Por seu turno, “a administração da Volkswagen Autoeuropa está a analisar os resultados do referendo que teve lugar na semana passada e comunicará oportunamente os próximos passos deste processo”, limitou-se a dizer fonte oficial da empresa à Lusa.
O grupo Volkswagen tem justificado a necessidade dos novos horários com a produção de 200 mil unidades do novo modelo T-Roc na fábrica de Palmela, quase triplicando a produção atingida em 2016, o que levou a empresa a decidir abertura de um sexto dia de produção e à contratação de “cerca de 2.000 colaboradores, dos quais 750 são para implementar um sexto dia semanal de produção”.
O pré-acordo de quinta-feira, rejeitado na sexta, segundo disse à Lusa fonte da empresa, foi aprovado por maioria na comissão de trabalhadores, mas com votos contra dos sindicatos afetos à CGTP, designadamente dos representantes do SiteSul e da Fiequimetal.
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