“O seu empenhamento não é reconhecido, bem pelo contrário, dado o acréscimo de trabalho e consequente carga horária não retribuída que lhes têm vindo a ser impostas nestes últimos anos”, refere a CT em comunicado hoje divulgado, onde critica as reduções de trabalhadores e de agências e o “aumento brutal de 68,2%” da remuneração dos órgãos de gestão e de fiscalização.
De igual forma, a comissão de trabalhadores criticou o “caminho de cortes e reduções” implementado desde 2021, no Plano Estratégico 2021/2024 “já sem qualquer imposição” do Banco Central Europeu (BCE) — ao contrário do Plano de Reestruturação da CGD 2017/2020.
“Na primeira metade deste novo ciclo a CGD alcança lucros históricos de 1.426 milhões de euros (583 milhões de euros em 2021 e 843 milhões de euros em 2022), sendo essa a imagem que a CE passa (e lhe convém passar!) para o exterior”, atiram.
São três pontos que a Comissão de Trabalhadores aborda no comunicado: remunerações, trabalhadores e agências e clientes e mercado.
No primeiro ponto, registam que entre 2016 e 2022 os custos com os órgãos de gestão aumentaram 186,2%, enquanto os custos com pessoal recuaram 24,5%.
Já ao abrigo do Plano Estratégico 2021/2024, é destacado que os custos com pessoal diminuíram 0,7% e que os custos com os órgãos de gestão cresceram 70,2%, num cenário em que os trabalhadores “viram agravadas as suas dificuldades fruto de uma subida da inflação e do aumento do custo de vida” e que “os prémios alcançados pelos trabalhadores e que lhe eram devidos não foram pagos na sua totalidade porque ‘o valor excedia o montante orçamentado'”.
Quanto aos trabalhadores e agências, destacam a diminuição de 28% e de 27,3% do número de trabalhadores e de agência, respetivamente.
“Contudo, é ‘curioso’ observar a evolução do número médio de trabalhadores por função, onde se constata que existe uma brutal diminuição de trabalhadores com funções auxiliares e administrativas contrastando com um aumento de trabalhadores nas funções de direção”, lamentam.
No caso dos clientes e mercado, a CT diz que a evolução da CGD no mercado “preocupa, compromete o futuro e cada vez mais ignora a missão de banco público, de apoio e proximidade a toda a população portuguesa”.
A representação dos trabalhadores acrescenta que a captação de depósitos e a concessão de crédito da CGD perdeu 4,2% e 4,0%, respetivamente, de quota de mercado em seis anos, o que, na sua opinião, reflete, “uma menor presença territorial e menor capacidade de resposta fruto do emagrecimento cego da estrutura em geral, muito em particular na rede comercial”.
“É demasiado preocupante o caminho que se está a percorrer e é alarmante que os responsáveis e a tutela ignorem o estado de emergência a que chegámos”, alerta a Comissão de Trabalhadores.
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