A agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) destacou “a sua carreira política de seis décadas em Portugal”, ao longo da qual, “como um socialista de centro-esquerda e, mais tarde, como diplomata das Nações Unidas, Sampaio foi elogiado pelo seu perfil discreto e pragmático”, acrescentando: “Ele disse uma vez que sempre tinha querido ser maestro”.
Depois de dois mandatos presidenciais (1996-206), o secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan nomeou Sampaio como seu enviado especial para a Luta Contra a Tuberculose em 2006 e, no ano seguinte, o sucessor de Annan, Ban Ki-moon, nomeou-o Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações (2007-2013).
A agência espanhola Efe descreveu Jorge Sampaio como “o ex-Presidente de Portugal que desempenhou vários altos cargos políticos nos primeiros anos da democracia lusa e dedicou os seus últimos anos ao apoio a refugiados sírios”, referindo-se à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que fundou em 2013 e à qual ainda presidia, com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás, sem acesso à educação.
Também a agência francesa France-Presse noticiou a morte do antigo chefe de Estado português, apresentando-o como “um socialista que mais tarde ocupou vários cargos junto das Nações Unidas”, que sofria de problemas cardíacos e se encontrava hospitalizado desde o fim de agosto, e que o Governo socialista decidiu decretar três dias de luto nacional, a partir de sábado.
O diário espanhol El País chamou-lhe “o último socialista que presidiu à República de Portugal”, sublinhando que Sampaio, “também ex-presidente da câmara de Lisboa e que, aos 81 anos, continuava dedicado à ajuda em crises humanitárias, foi o precursor das alianças políticas da esquerda” no país.
“Retirado da gestão política portuguesa, continuava muito ativo no âmbito internacional e voltado para a ajuda nas múltiplas crises humanitárias que surgiam após diferentes fracassos políticos”, escreveu o jornal.
“A prova disso foi o último artigo que escreveu, publicado no passado dia 26 de agosto no diário Público, após a conquista do Afeganistão pelos talibãs, onde anunciava um programa de bolsas de estudo para jovens afegãs, através da organização a que presidia”, precisou o El País.
O diário El Mundo também deu a notícia da morte de Sampaio, mas de um modo mais formal, salientando que “foi presidente do Partido Socialista e presidente da câmara de Lisboa em 1989 e ocupou a Presidência do país entre 1996 e 2006”.
Em França, o Le Monde escreveu “Jorge Sampaio, o antigo Presidente português, morreu”, indicando que, antes de ocupar a Presidência da República, ele “se opôs clandestinamente à ditadura salazarista, derrubada pela ‘Revolução dos Cravos’ em 1974”.
Le Figaro deu também a notícia da morte do antigo chefe de Estado português, acompanhada de um breve resumo da sua carreira política e das circunstâncias que rodearam a sua morte, relacionadas com os problemas cardíacos de que padecia.
A notícia é igualmente avançada pelo diário The Guardian, mas, até agora, só na sua edição nigeriana, que cita a notícia da agência francesa AFP, dizendo que morreu “Jorge Sampaio, um antigo Presidente da República portuguesa que depois ocupou vários cargos nas Nações Unidas”.
Também o britânico Independent destaca a morte do antigo chefe de Estado português, descrevendo-o como “uma das mais proeminentes figuras políticas da sua geração”, citando a notícia da AP.
Do outro lado do oceano Atlântico, no Brasil, o diário Folha de São Paulo deu a notícia assim: “Morre Jorge Sampaio, presidente de Portugal que usou mecanismo da 'bomba atômica' no Parlamento. Chefe de Estado que dissolveu Legislativo em 2004, mas fez fama de conciliador, faleceu aos 81 anos”.
O diário O Globo escreveu: “Ex-presidente português Jorge Sampaio morre aos 81 anos. Político foi chefe de Estado de Portugal entre 1996 e 2006. Também foi prefeito de Lisboa e ocupou cargos na ONU. Ele sofria de graves problemas cardíacos e estava hospitalizado desde agosto”.
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