“Nas últimas semanas, a atenção dada à Qantas e os acontecimentos do passado tornam claro para mim que a empresa precisa de dar prioridade à renovação”, afirmou Alan Joyce em comunicado.

Joyce declarou que, a partir de quarta-feira, Vanessa Hudson, nomeada em maio diretora-geral da Qantas, vai substituí-lo nas funções que desempenhou durante 15 anos.

O anúncio de Joyce surge na sequência de uma série de incidentes e queixas que prejudicaram a reputação da companhia aérea, como os preços elevados dos bilhetes, a má qualidade do serviço ao cliente, as reclamações de créditos acumulados por cancelamentos de voos durante a covid-19 e a subcontratação de pessoal de terra no rescaldo da pandemia.

Além disso, a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor, o órgão de vigilância da concorrência e do consumidor da Austrália, processou na semana passada a Qantas por ter promovido e vendido “de forma enganosa” milhares de bilhetes para mais de oito mil voos que já tinham sido cancelados entre maio e julho de 2022.

Embora Joyce tenha admitido na declaração de hoje que “teve muitos altos e baixos” e que ainda há “muito trabalho a fazer”, afirmou ter ficado satisfeito por deixar o grupo, que também inclui a transportadora de baixo custo Jetstar, “fundamentalmente forte” e “com um futuro brilhante”.

A Qantas divulgou na semana passada um lucro líquido de 1,74 mil milhões de dólares australianos (mil milhões de euros) para o exercício financeiro de 2022-23, o primeiro resultado positivo desde 2019, antes da pandemia de covid-19.

O grupo conseguiu resistir à pandemia em virtude de 2,7 mil milhões de dólares australianos (1,6 mil milhões de euros) de apoio governamental dos cofres públicos, que incluiu subsídios salariais aos trabalhadores.