McIntyre, em 2019, foi diagnosticada com cancro. Vendo que, ao contrário dela, muitos não conseguiam pagar as dívidas que surgem dos tratamentos, começou, juntamente com o marido, a comprar  "a dívida médica de outros e depois saldá-la", de acordo com o The Washington Post. De recordar que nos Estados Unidos da América (EUA), a saúde é toda privada e o custo dela por vezes é quase absurdo.

McIntyre e marido, Andrew Gregory, aprenderam então sobre a compra de dívidas médicas sem fins lucrativos pela RIP Medical Debt, que por cada cem dólares doados, a empresa salda dez mil dólares em dívidas médicas. Desde a sua fundação em 2014, o grupo já saldou 10,4 mil milhões em dívidas médicas nos EUA.

Nos seus últimos dias de vida, McIntyre criou então o fundo, a que chamou de "jubileu da dívida", em conjunto com a RIP Medical Debt. Hoje, os donativos para o fundo ultrapassam agora os 597 mil dólares, o que significa que serão eliminados cerca de 59 milhões de dólares em dívidas médicas. Mesmo quando estava a 20 milhões de dólares, os executivos da RIP Medical Debt disseram que nunca tinham visto um fundo expandir-se para esta dimensão e âmbito.

Allison Sesso, presidente e CEO da RIP Medical Debt, confirmou que o ritmo das doações foi um recorde para a organização sem fins lucrativos. "O montante que estão a angariar e o ritmo a que isto está a acontecer não é algo a que estejamos habituados", disse ao The Post. A contabilidade final deverá ter lugar em dezembro, altura em que está previsto um memorial por McIntyre.

"Vamos celebrar a vida dela comprando anonimamente dívidas médicas e depois perdoando-as anonimamente, se possível com uma fogueira, se nos deixarem", escreveu o marido.

"As pessoas vão entrar no memorial da Casey, a chorar e a perder a cabeça com a dor", disse Gregory ao The Post. "Mas vão poder sair e dizer: 'Hoje, limpámos 10 milhões, 12 milhões ou 15 milhões de dólares de dívidas médicas".