Segundo os dados hoje divulgados no relatório Estado da Educação 2017 do Conselho Nacional de Educação (CNE), as 40 salas de aula do futuro criadas desde 2014 podiam, talvez, ser em número superior, deixa antever o relatório, ao referir que “a decisão de apetrechar estes espaços é da iniciativa das escolas, mas está muito dependente das parcerias que conseguem mobilizar para o efeito (fundações, autarquias, empresas tecnológicas)”, ou seja, de financiamento que não passa pelo Ministério da Educação.

Estas salas são concebidas, com a ajuda de mobiliário e tecnologia, para albergarem diferentes zonas de trabalho, podendo inclusivamente acolher mais do que uma turma em simultâneo, e privilegiam o trabalho em projeto, uma forma de trabalhar que se enquadra nos objetivos do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, desde o presente ano letivo possível de aplicar em todas as escolas do país, desde que seja essa a sua vontade.

No entanto, aponta o relatório do CNE, há uma realidade tecnológica contrastante com estas salas de aula, com os computadores disponíveis nas escolas cada vez mais envelhecidos e cada vez em menor número, aumentando a média de alunos por computador.

Segundo o CNE, em 2016-2017, com um total de 302.415 computadores, havia menos 134.445 computadores do que em 2014-2015 (436.870), “o que corresponde a uma quebra de 31%, sendo o setor público o mais afetado”.

Em 2016-2017 12% dos computadores disponíveis não tinham ainda ligação à internet e a grande maioria eram computadores de secretária e não portáteis.

“O material disponível parece acusar alguma antiguidade na medida em que a percentagem de computadores em uso há mais de três anos, que em 2014-2015 era de 56,9%, em 2016-2017 representa 76,5% dos computadores existentes”, lê-se no relatório.

Nas escolas públicas o número médio de alunos por computador disponível era de 6,5 alunos no 1.º ciclo e de 3,6 ou 3,7 nos restantes ciclos de ensino.

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