“Pretendemos com este evento recordar ao novo Governo que há uma resolução da Assembleia da República, no sentido de haver uma revisão deste plano de crescimento do metropolitano”, afirmou Paulo Sousa, membro do movimento, em declarações à agência Lusa.
Em julho deste ano foi aprovada uma resolução que recomenda a suspensão do projeto da criação de uma linha circular no metro de Lisboa, com os votos favoráveis de todas as bancadas, exceto o PS, que se absteve.
O protesto vai decorrer quinta-feira na estação de Metro do Campo Grande, em Lisboa, pelas 16:00, e conta com a participação maioritária de residentes das zonas de Odivelas, Telheiras, Estrela, Carnide e Lumiar.
Segundo o membro da organização do movimento, estes moradores são vivem nas zonas mais "afetadas pela intervenção que se pretende realizar no metro”.
“Contra o Fim da Linha Amarela” é um movimento de cidadãos que, através de petições públicas e concentrações, manifesta o seu descontentamento em relação ao projeto que vai alterar duas linhas do metropolitano de Lisboa.
A linha circular pretende ligar a estação do Cais do Sodré (linha verde) à do Rato (linha amarela), e para isso está prevista a construção de duas novas estações: uma na zona de Santos e outra na zona da Estrela.
A atual linha verde vai desde o Cais do Sodré a Telheiras, mas com esta obra passará a ter as estações da linha amarela (a partir da Cidade Universitária até ao Rato) formando assim “um círculo” no metropolitano da capital.
A linha amarela que iria desde o Rato a Odivelas vai perder todas as estações até ao Campo Grande e aí ficará com Telheiras (que era da linha verde) e passará a ir de Telheiras até Odivelas.
Paulo Sousa informou que esta alteração “estraga a vida das pessoas” e vai “prejudicar a qualidade do serviço prestado” aos vários utilizadores do metro, principalmente os que vêm de zonas mais distantes do centro de Lisboa.
“Obriga a uma interrupção da viagem, com um transbordo coletivo de todo um comboio no Campo Grande. Isso cria constrangimentos de tempo, mas também de segurança na própria estação”, apontou ainda.
A linha circular é uma obra que vai custar cerca de 210 milhões de euros e, segundo a edição de hoje do Jornal de Negócios, “o prazo de entrega das propostas foi novamente adiado”.
De acordo com o Jornal de Negócios, o prazo inicial era 11 de agosto, passou para 30 de novembro e foi agora novamente atrasado para 18 de dezembro.
O movimento diz que estes trabalhos “não se justificam”, espera que eles não prossigam, mas se avançarem pretende “estudar novos formatos de intervenção”, não descartando agir através da justiça.
“Há também o ponto de vista judicial, que ainda não executámos porque temos estado a optar pela via do diálogo e, agora, pela via da ação cívica”, referiu o membro da organização do movimento.
Segundo a mesma fonte, o movimento pode “muscular um bocadinho mais” esta questão, não no sentido de “fazer arruaça”, mas sim propondo-se a “subir os degraus do litígio” com o Governo.
“Não houve audição popular deste projeto, portanto, ele está ali pejado de uma falha grave que é o suficiente para o fazer parar”, acrescenta ainda.
A concentração de quinta-feira vai contar, segundo a organização, também com a participação da Comissão de Trabalhadores do Metro e de elementos de partidos políticos: PS (a título individual), Bloco de Esquerda, CDS, PSD, PCP e PAN.
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