Até dia 12 de dezembro, os Emirados Árabes Unidos, um dos principais produtores de petróleo, recebem milhares de pessoas de todo o mundo na chamada cimeira do clima, para debater as alterações climáticas e a luta contra o aquecimento global.

Um dos principais destaques da COP28 será a realização da primeira reunião para balanço do que tem sido feito para combater o aquecimento global, em resultado do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, aprovado em 2015 na COP21.

Será o primeiro teste aos países, à luz do acordo que impôs como objetivos a redução das emissões e a limitação do aumento das temperaturas mundiais a dois graus celsius (ºC) e, se possível, 1,5ºC acima dos valores médios da era pré-industrial.

Das cimeiras anteriores regressa a discussão sobre mitigação e adaptação às alterações climáticas, esperando-se avanços nestas áreas, além da formalização do mecanismo de “perdas e danos”, aprovado na cimeira do ano passado no Egito mas ainda não operacional.

Na COP28, são esperados líderes de quase todos os países do mundo, incluindo o primeiro-ministro português António Costa, que chega hoje ao Dubai e participa na cimeira na sexta-feira e no sábado, sendo que nos restantes dias o Governo estará representado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática e secretários de Estado de diferentes setores.

Portugal terá, pela primeira vez, um pavilhão autónomo (até agora participava no âmbito da representação da União Europeia), onde vai acolher mais de três dezenas de iniciativas durante a cimeira.

Esta seria também a primeira cimeira com a participação do líder da Igreja Católica, mas o Papa Francisco cancelou a viagem ao Dubai, por ordem médica, na sequência de uma gripe e inflamação pulmonar que o afetam.

Além das grandes questões, estão programados vários dias temáticos e eventos paralelos, dedicados a temas como saúde, finanças, energia, urbanização, transportes, juventude, descarbonização, oceanos, água, agricultura, ou energia.

A última conferência do clima realizou-se em Sharm el-Sheik, Egito, com resultados pouco ambiciosos.

As expectativas voltam a ser baixas, devendo-se, em grande parte, ao facto de a COP28 ser presidida por Sultan Al Jaber, ministro da Indústria dos Emirados Árabes Unidos e presidente da Abu Dhabi National Oil Company, e que a poucos dias do início da conferência voltou a estar envolvido em polémica, depois de terem sido divulgados documentos que revelam que os encontros preparados para Sultan Al Jaber antes das reuniões com representantes de governos estrangeiros continham sistematicamente pontos-chave sobre as duas empresas que dirige.

Sem contestar a autenticidade dos documentos, o responsável negou que tenha tentado utilizar o cargo para promover projetos petrolíferos e energéticos dos Emirados Árabes Unidos em vários países.