Ao todo, 377 pessoas foram atendidas no local, ou levadas para diferentes hospitais, após os confrontos ocorridos junto ao Parlamento e à Praça dos Mártires, epicentro dos protestos na capital do país.
As manifestações exacerbaram-se nas últimas semanas face à difícil situação socioeconómica e à incapacidade das autoridades de formar um governo, mais de dois meses depois da demissão do primeiro-ministro Rafic Hariri.
A violência começou em frente a uma das principais portas do parlamento, no centro de Beirute, quando os manifestantes, alguns encapuzados, investiram contra a polícia do batalhão de choque, lançando projéteis, pedras, galhos de árvores e outros objetos. Alguns tentaram furar os bloqueios.
A polícia usou jatos de água e gás lacrimogéneo para conter o tumulto. Concentrados nas ruas vizinhas ao parlamento, os manifestantes lançaram pedras e fogos de artifício contra a polícia.
Os confrontos continuaram durante horas, até que a polícia conseguiu dispersar os manifestantes, à noite.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, pediu que fosse garantida "a segurança dos manifestantes pacíficos, a proibição de atos de vandalismo e a preservação dos bens públicos e privados".
Ataques a bancos
Inicialmente, estava prevista uma manifestação até o parlamento, mas a violência eclodiu antes mesmo no início.
As Forças de Segurança Interior (FSI) lamentaram no Twitter a violência e pediram aos manifestantes pacíficos que deixassem o local com urgência, "para a sua própria segurança".
O movimento de protesto pede, desde o início, um governo de tecnocratas e personalidades independentes dos partidos tradicionais. Mas desde a nomeação do novo primeiro-ministro, em dezembro, que as negociações sobre a divisão dos ministérios estão paralisadas.
As manifestações das últimas semanas também respondem às restrições que os bancos estão a impor. O Líbano tem uma dívida de quase 90 mil milhões de dólares, ou mais de 150% do seu PIB, e o Banco Mundial advertiu, em novembro, que o índice de pobreza poderia atingir 50% da população.
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