Costa foi reeleito em junho passado secretário-geral do PS, e eram já conhecidos alguns dados provisórios, mas o número exato de votos que cada candidato às diretas obteve foram apenas anunciados hoje, no 23º Congresso do PS, que decorre este sábado e domingo no Portimão Arena, em Faro.

Os resultados foram anunciados logo no início dos trabalhos pelo presidente da Comissão Organizadora do Congresso e líder da Federação do Algarve, Luís Graça, que adiantou que participaram no ato eleitoral 23.952 militantes.

António Costa foi eleito com 21.888 votos, o que correponde a 94% dos votos expressos. Já Daniel Adrião, dirigente da tendência minoritária dos socialistas, obteve 1.430 votos, o correspondente a 6% da totalidade dos votos.

A moção 'A', apresentada pelo secretário-geral do PS, elegeu para o congresso 1.007 delegados e a moção 'B', apresentada por Adrião, elegeu 24.

Em 26 de agosto, Daniel Adrião, em declarações à agência Lusa, deixou críticas ao estado em que a atual direção deixou o PS e à transparência no exercício do poder partidário.

“É um congresso em que pela primeira vez os delegados eleitos [1029] são em menor número do que os delegados inerentes [com e sem direito a voto], o que não é um sinal positivo. O peso da nomenclatura sobrepõe-se à representação direta das bases do partido”, aponta.

“Até agora, enquanto candidato a secretário-geral do PS, ainda não fui notificado dos resultados eleitorais [nas diretas de junho] e continuo sem saber quantos votos o António Costa e eu tivemos nessa eleição, já que apenas foram divulgadas as percentagens de cada um. Nunca foi dito quanto votos cada um de nós teve. Aliás, até agora, nem sequer ainda tive acesso à ata de apuramento eleitoral das diretas”, criticou na altura, esperando ter acesso a essa informação antes de se iniciar o congresso.

“Estamos perante uma questão de elementar transparência. Era bom que essa informação ficasse disponível”, pediu.