Hoje de manhã irão também a votos, em alternativa, as moções políticas de orientação nacional de Pedro Nuno Santos e dos seus dois ex-adversários internos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.

O 24.º Congresso Nacional do PS, que começou na sexta-feira, decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL). O discurso de encerramento está previsto para as 12:00 e contará com a presença do primeiro-ministro e ex-secretário-geral do PS, António Costa, a convite de Pedro Nuno Santos.

No sábado, o secretário-geral do PS antecipou que hoje irá apresentar medidas de "transformação económica e defesa do Estado social" que sinalizam prioridades do futuro programa eleitoral com que se apresentará às legislativas antecipadas de 10 de março.

"Um Estado social que ainda tem problemas que precisam de resposta, como na área da saúde, mas que queremos que seja robusto", declarou Pedro Nuno Santos em entrevista à TVI.

Os delegados vão eleger a Comissão Nacional, órgão máximo entre congressos, a Comissão Nacional de Jurisdição e a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira, com mandatos de dois anos.

O secretário-geral do PS e os outros dois candidatos às diretas de 15 e 16 de dezembro acordaram uma única lista para a Comissão Nacional, encabeçada por Francisco Assis, que tem Alexandra Leitão em segundo lugar e José Luís Carneiro em terceiro.

Na próxima semana, a nova Comissão Nacional irá eleger a Comissão Política Nacional – onde já se sabe que irão entrar, entre outros, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, as atuais ministras como Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes, o secretário de Estado António Mendonça Mendes e o eurodeputado Pedro Silva Pereira – e o Secretariado Nacional, órgão de direção executiva, equipa que será proposta pelo secretário-geral.

No seu primeiro discurso no Congresso do PS, no sábado à hora de almoço, Pedro Nuno Santos considerou que amadureceu nos governos de António Costa, que fez obra e que só erra quem faz, acusando, em contraponto, o presidente do PSD, Luís Montenegro, de representar um vazio de projeto e de experiência.

Embora manifestando orgulho nos últimos oito anos de governação do PS, reconheceu que "nem tudo foi bem feito" e "há problemas por resolver", mas defendeu que são os socialistas que estão em “melhores condições" de o fazer.

O 24.º Congresso do PS marca a transição de liderança de António Costa para Pedro Nuno Santos, que venceu com 61% dos votos as eleições diretas internas de 15 e 16 de dezembro, enquanto José Luís Carneiro teve 37% e Daniel Adrião 1% dos votos.

A candidatura do novo secretário-geral elegeu quase 70% dos cerca de 1.400 delegados ao Congresso.

Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa do cargo primeiro-ministro, há exatos dois meses, em 07 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, discursou na abertura do Congresso, já como ex-secretário-geral do PS, função que exerceu durante nove anos, desde 22 de novembro de 2014.

Na parte final da sua intervenção, recebeu um aplauso prolongado dos congressistas ao declarar: "Podem ter derrubado o nosso Governo, mas não derrubaram o PS. O PS está aqui forte, vivo. O PS está aqui rejuvenescido com uma nova energia, com uma nova liderança. E com o Pedro Nuno Santos estamos prontos para a luta".