Após dois meses com o atendimento apenas reservado a casos de emergência devido ao confinamento decretado pelo Governo britânico, o consulado reabriu há duas semanas para entregar documentos de identificação.
Esta segunda-feira foi retomado o atendimento presencial, mas apenas por marcação prévia e com condições: os utentes têm de usar máscara no interior do consulado e respeitar o distanciamento social, notório na sala de espera, quase vazia e com apenas algumas cadeiras disponíveis.
Nas diferentes salas existem dispensadores de gel desinfectante e os postos de atendimento tem painéis de acrílico protetores para separar utentes e funcionários. Apesar disso, alguns portugueses ainda têm receio de se deslocar ao consulado.
“Nestes primeiros dias tivemos uma percentagem significativa de quebras, de pessoas que aceitam a marcação mas que não vêm. Algumas das quais cancelam e compreendemos porquê. A razão principal é o receio. Têm ainda receio de sair, têm receio de vir ao consulado”, disse a cônsul-geral, Cristina Pucarinho, à agência Lusa.
Porém, a diplomata garantiu que "foram criadas condições de segurança para que os utentes possam vir ao consulado com confiança de que não sofrem aqui ou que não são aqui expostos a riscos".
Para manter um "acesso disciplinado e controlado”, as marcações passaram a ser distribuídas agora ao longo de 11 horas de funcionamento sem encerramento para hora de almoço.
“Temos marcações mais compassadas e a equipa subdividida também em dois, porque temos de assegurar o distanciamento social entre os próprios trabalhadores e o espaço é exíguo. Temos o posto aberto mais horas, entre as 08:00 e as 19:00, e trabalhamos ininterruptamente com toda a equipa mobilizada para todos os atos consulares”, assegurou Pucarinho.
O objetivo é manter uma capacidade aproximada aos níveis anteriores de entre 600 a 900 pessoas por dia, a maioria das quais procuram a emissão de documentos de identificação como o cartão do cidadão e passaporte.
No exterior, vários utentes disseram à Lusa que conseguiram as marcações para atendimento apenas na semana passada, quando antes do encerramento devido à pandemia covid-19 era possível ter de esperar semanas ou meses por uma vaga.
“Marquei na sexta-feira e recebi um email de confirmação no domingo. Apesar de ser apenas dois dias de antecedência, decidi vir”, contou Carlos Azevedo, que viajou de Dorking, cerca de 70 quilómetros a sul de Londres.
A reabertura do consulado em Londres coincidiu com a do Consulado-Geral de Manchester, que também anunciou a retoma "de forma gradual e progressiva” do atendimento presencial, suspenso desde meados de março, quando foi imposto o confinamento no Reino Unido para travar a pandemia de covid-19.
No entanto, as deslocações de funcionários a localidades onde se concentra uma numerosa comunidade portuguesa, conhecidas por permanências consulares, continuam suspensas devido às restrições em vigor.
O Reino Unido está a reduzir gradualmente o confinamento decretado no final de março, tendo reaberto alguns infantários e escolas primárias, lojas de automóveis e mercados ao ar livre. Lojas de roupas, livrarias e outros comércios não essenciais estão previstos reabrir em meados de junho.
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