“Nós merecemos um futuro”, os “nossos dirigentes não nos podem deixar cair”, nós “devemos continuar a nossa luta”, disseram em conferência de imprensa jovens ativistas pelo clima do movimento “Fridays for Future”, lançado pela jovem sueca Greta Thunberg.

Greta Thunberg está desde terça-feira em Portugal, mas vai ainda esta semana para Espanha para participar em Madrid em eventos relacionados com a cimeira da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, a COP25, que decorre até 13 de novembro na capital espanhola.

Hoje, em conferência de imprensa, com meia dúzia de outros jovens, Jinhyun Park, estudante sul-coreano, disse que o mundo vive “a pior crise que a Humanidade alguma vez atravessou” e que os jovens “são as primeiras vítimas da crise climática”.

“Os nossos dirigentes não nos podem deixar cair (…). A menos que os Estados aumentem as suas ambições em 2020 o nosso futuro será um caos climático”, disse Joel Pena, da comunidade indígena mapuche do Chile, saudando todos os que diariamente se batem “por uma vida digna”.

Na conferência de imprensa foi enfatizada a importância dos povos indígenas na defesa do meio ambiente e a ideia de que “não há justiça climática sem justiça indígena”.

“Colocar os interesses de algumas pessoas egoístas acima dos interesses de sobrevivência de milhões, biliões de pessoas, é antidemocrático, criminoso e desumano”, disse Linus Dolder, jovem de 16 anos da Suíça.

E a estudante francesa Léa Ilardo avisou: “Vocês podem estar certos de que não pararemos a nossa mobilização até que ajam como verdadeiros líderes”.

Os quase 200 signatários do Acordo de Paris sobre alterações climáticas, para limitar o aquecimento global a um aumento inferior a 02º C, ou se possível a 1,5º C (graus celsius), estão reunidos esta e na próxima semana em Madrid, esperando-se que da cimeira saiam metas mais ambiciosas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

O slogan da cimeira é “tempo de ação” mas “é tempo de agir há muito tempo”, avisou Toby Thorpe, jovem representante australiano da “Fridays for Future”, acrescentando: “continuaremos a fazer greve até que os dirigentes do mundo não apenas nos compreendam mas nos escutem”.

Greta Thunberg, de 16 anos, ficou mundialmente conhecida por ter iniciado no seu país (Suécia) as greves às sextas-feiras pelo clima, em protesto pela falta de medidas dos políticos para fazer face às alterações climáticas. A jovem é hoje das vozes mais ouvidas na defesa do ambiente e as greves climáticas que iniciou são agora seguidas por milhões de jovens do mundo inteiro.