Em declarações à agência Lusa, o presidente da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, o deputado bloquista José Maria Cardoso, adiantou que foi solicitada ao presidente da Assembleia da República, e hoje autorizada, a presença de uma delegação representativa de todos os grupos parlamentares (PS, PSD, BE, PCP-PEV, CDS-PP e PAN) e de um deputado representante único de um partido, neste caso o Livre, pertencente a essa mesma comissão.
Assim, serão oito os deputados portugueses presentes na cimeira do clima, em Madrid, entre os dias 09 e 11 de dezembro, e que apesar de estarem na qualidade de observadores e não de intervenientes, esta delegação, na perspetiva de José Maria Cardoso, é “representativa da importância que o parlamento nacional dá a estas questões”.
“O parlamento dá um sinal de que esta é uma preocupação central na política da atualidade e por isso merece da nossa parte toda a atenção e toda a consideração enquanto atividade política, representativa dessa vontade dos portugueses, através do parlamento, por aquilo que são as políticas a criar e a implementar na defesa do meio ambiente”, apontou.
O presidente da comissão recordou que a Assembleia da República, já em julho, “fez aprovar por unanimidade, sob proposta do PAN e do Bloco de Esquerda, a declaração de estado de emergência climática”.
“Na verdade poucos passos se tem dado nesse sentido e é preciso também que haja sobretudo uma ação”, lamentou.
Para José Maria Cardoso, o que é preciso é que “haja uma passagem das palavras aos atos”.
“É preciso agir o quanto antes, em alguns casos já tardiamente, e quanto mais tempo se demorar, mais rapidamente se tornará, em alguns casos, em situações irreversíveis”, alertou.
O deputado bloquista considera por isso que “urge agir e criar medidas efetivas que na verdade contribuam para a proteção das pessoas, das espécies, dos ecossistemas, que reduzam efetivamente a emissão de gases, que haja um tratamento diferenciado e cada vez mais adequado a resíduos produzidos”.
“Tudo isto são ações que cada um dos governos terá obrigatoriamente que tomar para ir em consonância com aquilo que são estas mesmas declarações”, defendeu.
A COP25 (a 25.ª Conferência da Partes) resulta da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês).
Inicialmente, a edição deste ano estava prevista para o Chile, mas a pouco mais de um mês da sua realização, o governo chinelo entendeu não haver condições para a acolher confrontado com a contestação interna e a agitação civil.
Madrid aceitou então organizar esta cimeira, em tempo recorde.
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