Constituído por um autodenominado “grupo de cidadãos apartidários” que se opõe à exploração de hidrocarbonetos na região do Algarve, quer no mar quer em terra, o Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP) considera, em comunicado, que é “inaceitável” o Estado e o Governo português “avançarem à socapa para uma consulta pública com o objetivo de decidir da autorização da prospeção de petróleo ao largo das praias do Alentejo e do Algarve”.
Isto acontece, segundo o Movimento, depois de “as vozes dos principais representantes da região se terem posicionado de forma clara e contundente contra a exploração de petróleo e gás natural na região do Algarve”.
“O Movimento Algarve Livre de Petróleo faz assim um apelo lancinante para que as principais forças vivas das regiões do Algarve e do Alentejo, autarcas, empresários do turismo e da pesca, representantes do setor imobiliário, sindicatos, movimentos sociais, associações ambientais, partidos políticos, cidadãos nacionais e estrangeiros, se juntem em frente à Câmara Municipal de Aljezur para mais uma vez afirmarmos em conjunto um rotundo não à exploração de petróleo e gás natural no mar e nas terras do Algarve”, apelou o MALP.
O Movimento pretende, também, com este protesto, “sensibilizar toda a população portuguesa” para “participar ativamente na consulta pública que o Estado português vai fazer até 22 de junho”, reunindo “bons argumentos” para “travar a barbárie que se adivinha para o Algarve e para a região litoral do Alentejo” com a prospeção e exploração de hidrocarbonetos.
O MALP apelou ainda a quem pretende participar no cordão humano para que leve “um cartão vermelho” e mostre assim “a sua reprovação moral ao concessionário ENI/GALP”, candidato aos contratos de prospeção e exploração de hidrocarbonetos sujeitos a consulta pública até 22 de junho.
Após o cordão humano, o MALP vai promover uma consulta popular e colocar à votação a demissão de Paulo Carmona, da Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis (ENMC), “por considerar que as suas intervenções no espaço público não se têm orientado pela defesa do interesse público e da vida das populações” dos territórios afetados e “parece mais interessado em defender a exploração de hidrocarbonetos em Portugal”.
O MALP é uma das estruturas criadas no Algarve para combater a prospeção e exploração de hidrocarbonetos na região.
Além deste movimento constituído por “cidadãos apartidários”, a luta contra a prospeção e exploração de petróleo e gás natural tem também sido realizada pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), que agrupa um conjunto de associações ambientalistas e de defesa do património, com protestos de rua, petições à Assembleia da República ou sessões de esclarecimento à população.
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