A Coreia do Norte revelou esta semana que está a enfrentar uma “epidemia aguda” - para além de um surto de covid-19 há várias semanas. Pyongyang não detalhou qual era a doença, mas indica que tem que ver com trato gastrointestinal, escreve a agência Reuters.

A covid-19 não tem dado tréguas aos norte-coreanos. A KCNA contabilizou na sexta-feira mais 23.160 pessoas com sintomas de febre, elevando o número total no país desde o final de abril para mais de 4,58 milhões de infetados. O número de mortos ligado ao surto é de 73, de acordo com a agência estatal norte-coreana.

A juntar a estas preocupações, está a nova epidemia desconhecida de que os media coreanos falam. A Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) informou que o próprio líder, Kim Jong-un, enviou "medicamentos preparados pela sua família" para a área do país afetada pela doença entérica na quarta-feira, mas não foram fornecidos mais pormenores.

"Os funcionários prepararam medicamentos, alimentos e necessidades diárias necessários para o tratamento da epidemia e de uma vida estável para prestar ajuda às pessoas na cidade de Haeju e no condado de Kangryong (da província de Hwanghae do Sul)", disse a KCNA. O líder pediu ainda às autoridades "que cumpram o seu dever no trabalho de aliviar o infortúnio e o sofrimento do povo o mais rápido possível", acrescentou.

Segundo a AFP, um sinal que pode mostrar a gravidade da situação é Kim Yo-jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano, ter feito parte de um grupo de funcionários de alto escalão do governo que participou na doação de medicamentos para conter a situação.

As doenças gastrointestinais contagiosas podem ser causadas por bactérias, tais como cólera ou febre tifoide; por parasitas, tais como a giardíase; ou por vírus, tais como a hepatite A ou o rotavírus. Têm origem no consumo de água e alimentos contaminados com matéria fecal e podem ser transmitidos de pessoa para pessoa.