A demolição aconteceu esta quinta-feira, 24 de maio, nas montanhas do nordeste do país, conta a AP.
As explosões centraram-se em três túneis no subsolo e em várias torres de observação na área circundante.
A decisão da Coreia do Norte fechar o local foi geralmente vista como um gesto bem-vindo por Kim para dar um tom positivo à cimeira. Contudo, esta não é uma ação irreversível e são ainda necessárias mais medidas para responder aos pedidos de desnuclearização por parte de Trump.
Apesar de terem estado presentes jornalistas, a Coreia do Norte não convidou inspetores internacionais para o desmantelamento do local.
A demolição acontece após a Coreia do Norte criticar o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence.
Uma alta responsável da diplomacia norte-coreana classificou hoje de "idiotas e estúpidos" os comentários do vice-Presidente norte-americano e avisou que a Coreia do Norte pode reconsiderar a cimeira planeada com o Presidente Donald Trump.
"Não posso esconder a minha surpresa perante as observações idiotas e estúpidas vindas da boca do vice-Presidente norte-americano", salientou a vice-ministra norte-coreana dos Negócios Estrangeiros, Cheo Son-hui, em declarações citadas pela agência de notícias oficial do país, a KCNA.
A governante norte-coreana referia-se a uma entrevista ao vice-Presidente norte-americano, Mike Spence, no canal de televisão Fox News, na segunda-feira, e na qual este afirmava que o processo de desnuclearização da Coreia do Norte podia seguir o modelo da Líbia, que terminou com a morte de Muammar Kadhafi, após este ter renunciado ao projeto de construir a bomba atómica.
A decisão da Coreia do Norte de encerrar o local de testes nucleares de Punggye-ri tem sido geralmente vista como um gesto positivo de Kim para dar um tom positivo antes da cimeira com os Estados Unidos.
Mesmo assim, não é uma medida irreversível e precisaria de ser seguida por muitas medidas mais significativas para atender às exigências de Trump para uma verdadeira desnuclearização.
A agência estatal norte-coreana KCNA, citando um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tinha já referido que “uma cerimónia de desmantelamento do complexo de ensaios atómicos" estava prevista "entre 23 e 25 de maio, em função das condições meteorológicas”.
O Ministério adiantou ainda que o desmantelamento devia incluir a explosão dos túneis, o bloqueamento das entradas e a eliminação de todas as instalações de observação, centros de investigação e estruturas de unidade de guarda no terreno e também a “área circundante será completamente fechada”.
Durante a histórica cimeira entre as duas Coreias, a 27 de abril, o dirigente norte-coreano Kim Jong-un propôs a Seul encerrar em maio o seu único complexo conhecido de ensaios nucleares, Punggye-ri, uma instalação secreta perto da fronteira com a China.
Foi neste complexo subterrâneo que se realizaram os seis testes nucleares realizados por Pyongyang, o último dos quais em setembro do ano passado.
Os Estados Unidos declararam estar “prontos” para ajudar a economia norte-coreana e dar “garantias” a Kim Jong-un se Pyongyang tomar “medidas corajosas” para uma “desnuclearização rápida” e “completa”.
“Se a Coreia do Norte tomar medidas corajosas para uma desnuclearização rápida, os Estados Unidos estão prontos a trabalhar com a Coreia do Norte para a levar ao mesmo nível de prosperidade dos nossos amigos sul-coreanos”, declarou o secretário de Estado, Mike Pompeo, de regresso da Coreia do Norte onde se encontrou com o dirigente norte-coreano para preparar a cimeira com o Presidente Donald Trump.
Também recentemente, o plano de cimeira EUA-Coreia do Norte apresentou uma série de problemas, já que os dois lados começaram a trocar farpas e tomar posições mais duras.
Donald Trump reuniu-se na terça-feira com o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na Casa Branca para consultas e sugeriu que a cimeira poderia ser adiada ou mesmo cancelada por completo.
Mesmo assim, os dois lados ainda parecem querer realizar a reunião, marcada para 12 de junho em Singapura, o que seria sem precedentes.
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