No dia em que foi anunciado o 10.º caso de infeção e o encerramento dos casinos durante duas semanas, o chefe do Executivo assinou um despacho no qual elenca “medidas especiais” com efeito a partir de quarta-feira.
“São encerrados os cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de ‘bowling’, estabelecimentos de saunas e massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de ‘health club’ e ‘karaoke’, ‘night clubs’, discotecas, salas de dança e ‘cabaret'”, pode ler-se no despacho.
No mesmo texto formaliza-se o fecho dos casinos na capital mundial do jogo: “são encerrados os recintos autorizados para a prática da atividade do jogo”.
Na conferência de imprensa ao início da tarde, o Governo de Macau tinha já adiantado que a frequência do transporte público vai ser novamente reduzida e que todos os parques públicos vão ser encerrados.
Macau já tinha anunciado a 24 de janeiro a suspensão de serviços, o encerramento de espaços culturais e desportivos, bem com o adiamento do regresso às aulas.
Em mais de uma dezena de comunicados oriundos de diferentes organismos, as autoridades deram então a conhecer a decisão de se adiar o regresso às aulas, com as autoridades a aconselharem os centros de apoio pedagógico complementar particulares e as instituições da educação contínua a adotarem a mesma decisão.
O Instituto de Ação Social recomendou também aos encarregados de educação que mantivessem as crianças em casa, deixando provisoriamente de as colocar nas creches.
A Direção dos Serviços de Educação informou a suspensão ou adiamento de todas as competições escolares e atividades realizadas por aquela entidade.
O Instituto de Desporto decidiu igualmente encerrar ao público as instalações desportivas, sem adiantar uma data para reabertura daqueles espaços.
Também os centros de atividades, instalações e espaços interiores do Instituto para os Assuntos Municipais foram já fechados temporariamente, até novo aviso.
De igual forma, o Museu Marítimo, o Museu das Forças de Segurança de Macau e o Museu dos Bombeiros fecharam portas, assim como todas as bibliotecas públicas e recintos culturais. Em todos os casos, não é indicada uma data de reabertura.
Os serviços dos Centros Ambientais Alegria e 17 postos de recolha do Programa de Pontos Verdes foram suspensos e a Fundação Macau decidiu encerrar as instalações do Centro Unesco, por tempo indeterminado.
A estas medidas junta-se a obrigatoriedade de usar máscaras nos transportes públicos e o apelo do Governo para que as pessoas se mantenham em casa, de forma a evitar o risco de contágio do novo coronavírus chinês.
O chefe do Governo, Ho Iat Seng apelara ao início da tarde à população para não correr aos supermercados, assegurando que existem alimentos suficientes em ‘stock’ e centenas de toneladas de produtos já encomendadas.
“Não precisam de correr à compra de produtos”, pediu também ao final da tarde o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, em nova conferência de imprensa.
“Se o fizerem poderão contribuir para mais confusão no mercado”, frisou, referindo que “as pessoas não estão a ajudar à prevenção desta epidemia” porque estão em ajuntamentos e em espaços fechados.
Apesar dos apelos, a população de Macau acorreu em massa aos supermercados para comprar produtos alimentícios, poucas horas após o chefe do executivo de Macau ter anunciado, numa conferência de imprensa, medidas excecionais, como o encerramento temporário dos casinos, para combater o surto do novo coronavírus.
A China elevou para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia no país provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), que tem cidades sob quarentena, afetando cerca de 56 milhões de pessoas.
Hong Kong anunciou, esta manhã, a primeira morte relacionada com o coronavírus.
O antigo território britânico suspendeu as ligações marítimas com Macau e fechou quase todas as fronteiras terrestres e marítimas com o continente para impedir a propagação do novo coronavírus. Apenas dois postos de controlo de fronteira, a Baía de Shenzhen e a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, vão continuar abertos.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
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