António Costa falava aos jornalistas a meio de uma ação de rua no centro de Beja, depois de confrontado com as críticas do histórico socialista Manuel Alegre e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) por ter admitido um entendimento com o PAN a seguir às eleições de 30 de janeiro.
Interrogado se o PS está dependente do PAN, o líder socialista respondeu: “O PS só está dependente dos portugueses, não está dependente de mais ninguém”.
“Nestes anos em que governámos em parceria com outros partidos, nunca deixámos de preservar o essencial. Estamos aqui, agora, precisamente porque não cedemos onde não é para ceder. Diálogo é uma coisa, mas ceder em valores essenciais não é possível”, declarou.
Em relação ao artigo que Manuel Alegre escreveu no jornal Público, António Costa referiu que o leu e considerou que “é mais claro do que a posição da CAP”.
“O que a CAP devia dizer é que se deve votar no PS para o PS ter maioria. Já Manuel Alegre, penso que não criticou nada, disse o óbvio. Disse que é preciso dar uma maioria ao PS para o PS poder governar com autonomia”, sustentou.
Numa curta ação de rua em Beja, círculo em que o PS quer continuar a eleger dois dos três deputados em disputa, António Costa teve ao seu lado o presidente da Câmara, Paulo Arsénio, e foi recebido por cerca de uma centena de apoiantes socialistas.
O secretário-geral do PS foi globalmente bem recebido pelas pessoas com quem se cruzou nas ruas no centro da cidade, travou breves conversas com alguns comerciantes, mas ouviu uma senhora protestar contra o seu Governo por ter “retirado o Hospital de Beja, mudando-o para Évora”, e por nada se fazer em relação ao Aeroporto de Beja.
A conversa foi logo a seguir abafada, porque os apoiantes começaram a gritar “PS, PS”.
Antes de partir para Faro, onde termina a jornada de hoje de campanha, o líder socialista ainda arranjou tempo para entrar num café e tomar uma bica.
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