"A direita dizia que para Portugal recuperar competitividade era preciso baixos salários e fragilização dos direitos laborais. A verdade é que aumentámos o salário mínimo em 2016, em 2017, este ano - e ficam já a saber que voltaremos a aumentá-lo em 2019", declarou António Costa no final do jantar do 45.º aniversário do PS, junto ao Cristo Rei, em Almada.

No seu discurso, o líder socialista considerou que o seu Governo, quando foi formado, em novembro de 2015, "teve de derrubar muros, tabus e mitos instalados" na política portuguesa, o primeiro dos quais de que era impossível um executivo suportado por uma maioria de esquerda.

"Esse muro está hoje derrubado. Dois anos e meio depois a solução é estável, funciona e, sobretudo, cumpriu os compromissos com os portugueses", disse, recebendo palmas da plateia.

António Costa defendeu ainda que o seu Governo, ao fim de dois anos e meio, "demonstrou que é possível sair das políticas de austeridade, fazendo uma boa gestão orçamental" e, por outro lado, "acabou com o complexo do bom aluno" que "está sempre em silêncio" perante a União Europeia.

Neste ponto, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro invocou a tradição "universalista" do partido fundado por Mário Soares na República Federal Alemã em 1973, mas também outros socialistas portugueses que assumem altos cargos internacionais.

"Hoje temos um socialista, português, que é secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres]. E temos ainda um português, socialista, que é presidente do Eurogrupo [Mário Centeno]", afirmou.

PS como a força do “equilíbrio” e do “diálogo” em Portugal

O líder socialista sustentou também, no seu discurso, que desde que o atual executivo iniciou funções, em novembro de 2015, teve como preocupação central adotar uma combinação de políticas de avanços sociais e de consolidação das finanças públicas.

António Costa procurou sintetizar da seguinte forma qual a linha seguida pelo seu executivo: "Não dar um passo a mais para um lado que desequilibre o outro lado; não estender a mão mais para ali para depois ficarmos com um problema aqui".

"Temos de dar força ao PS, porque é o fator de equilíbrio, de diálogo, de consenso, de mobilização e de unidade do conjunto da sociedade portuguesa", declarou, antes também de deixar um aviso aos militantes socialistas no sentido de evitarem uma atitude triunfalista.

"Precisamos de dar força ao PS porque este campeonato ainda não chegou ao fim. Sabemos bem que ainda temos muito trabalho pela frente", advertiu.

Para justificar a tese de que o PS é fator de equilíbrio, António Costa referiu que ainda na quarta-feira conseguiu "um acordo político que permite ao Governo desbloquear aquilo que apresentou desde a primeira hora como a pedra angular da reforma de Estado, a descentralização".

"Graças ao acordo com o PSD, vamos poder cumprir o nosso compromisso para com os portugueses de reforçar as competências das freguesias e dos municípios. O poder mais próximo das pessoas, é mais transparente, mais controlado e, sobretudo, mais eficiente", considerou o primeiro-ministro.

Antes deste elogio ao acordo celebrado com o PSD, o secretário-geral do PS tinha deixado mensagens em defesa de um paradigma de esquerda ao nível da ação governativa.

"Temos muito orgulho na excelência da nossa gestão orçamental, na trajetória da nossa política económica e, também, nas medidas de reposição do Estado social", afirmou.

Mas, na perspetiva de António Costa, "aquilo que justifica a existência do PS e deste Governo é servir os portugueses e estar com os olhos sempre postos nas pessoas".

"Por isso, temos muito orgulho nas metas do défice e do crescimento, mas tenho muito mais orgulho naquilo que são os números concretos das pessoas", declarou.

Neste ponto, o líder socialista reivindicou que o seu Governo, em dois anos e meio, tirou "80 mil pessoas da pobreza", cerca 130 mil crianças passaram a beneficiar de um abono de família superior e 288 mil portugueses encontraram emprego.

"Mas acrescento que cerca de 2,8 milhões de portugueses viram as suas pensões recuperadas e atualizadas", completou António Costa.

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