“São fundamentais muitas das políticas nacionais. Não haverá autonomia dos jovens se não houver uma habitação acessível ou se continuar a dominar a precariedade nas políticas de trabalho”, salientou António Costa, durante o comício de apresentação de Nuno Vaz, atual presidente e candidato à Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, nas eleições autárquicas de 26 de setembro.
Para o também primeiro-ministro, a “nova geração de políticas de habitação” tem de responder não só ao primeiro direito e às famílias que vivem em situações que não tem condições condignas, mas também “à classe média e às novas gerações, que têm de ter oportunidade de ter acesso ao arrendamento acessível para se poderem autonomizar, e construir a sua vida e família que desejem construir”.
António Costa defendeu ainda a necessidade de “criar condições para que o trabalho seja digno, tenha direitos e maior conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional”.
“Hoje, felizmente, temos uma nova geração mais qualificada do que a minha foi. E, por isso, é mais exigente e tem direito a dizer ‘eu não estudei para ganhar isto’, tem direito a dizer ‘quero ganhar um salario justo em função do investimento da minha família e do esforço que fiz’ para ter maior qualificação”, sublinhou.
O socialista referiu que haverá um reforço do IRS jovem devido às dificuldades nos primeiros anos com “os custos de arranjar casa, mobilar e de criar condições de arranque de vida”.
“[O IRS jovem] vai ser alargado para cinco anos, não tributando em 30% no rendimento do primeiro e segundo ano, em 20% no terceiro e quarto ano e em 10% no último ano, para dar apoio para que as novas gerações se insiram na vida ativa e possam aqui encontrar o seu futuro”, salientou.
E acrescentou que haverá um reforço no programa Regressar para “criar melhores condições para que os que partiram para o estrangeiro” possam regressar a Portugal, com uma “majoração” neste programa para quem escolher fixar-se nas regiões do interior “onde é necessário fazer um maior esforço de atrair e fixar populações”.
Sobre a demografia, António Costa apontou que muitas famílias da nova geração têm a ambição de ter um filho, mas também o segundo ou mais filhos, e que é responsabilidade “de todos” apoiar “essa liberdade de ter os filhos que se queiram ter”.
“De outra maneira não conseguimos inverter a tendência demográfica. Temos que continuar a investir e o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] tem uma forte componente para investir na criação de creches, para ajudar as famílias a terem filhos”, sustentou.
E sublinhou o “aumento de deduções em matéria fiscal a partir do segundo filho”, mas também o “apoio a quem já está isento de IRS e não pode beneficiar” da medida.
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