António Costa falava na conferência europeia “Novas Perspetivas para a Inovação Social” que decorre hoje e terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e que é coorganizada pela Comissão Europeia, Governo e Fundação Calouste Gulbenkian.
Para o primeiro-ministro, a “melhor resposta que a Europa tem a dar a este medo, a esta ansiedade, que tem vindo a alimentar os radicalismos, a xenofobia, a tentação protecionista, não é nem a regressão social, nem se fechar sobre si própria”.
“Aquilo que a Europa tem de fazer é afirmar com toda a determinação aqueles que são os valores que a têm feito uma referência ao nível mundial como portadora de um modelo social único que tem garantido paz, liberdade e prosperidade partilhada”, defendeu.
Para que isso aconteça, sustentou, é fundamental “investir no ‘empowerment’ de cada um face às eventualidades que surgem na sua vida”, como situações de desemprego, de risco de saúde, ou outras “situações que minam a sua vida”.
Mas também é preciso garantir “a segurança dos cidadãos relativamente aos riscos que atingem as suas famílias”, dar a oportunidade a todos de “educarem os seus filhos” e assegurar que “há equidade para os mais idosos”.
Por outro lado, defendeu, também é necessário “garantir a proteção social” e o investimento naquilo que é essencial para ter “maior crescimento económico” e “empregos dignos” para o continente europeus.
“Não há uma alternativa entre investir na solidariedade e investir na competitividade”, porque “o pilar económico e o pilar social na União Europeia reforçam-se mutuamente”.
É neste contexto que “a inovação social tem um papel particularmente importante”, porque é “investindo no conhecimento e na capacidade de fazer diferente” que se pode obter melhores resultados, frisou.
António Costa adiantou que a Inovação social faz a ponte entre “a ciência e as necessidades das pessoas”, entre “a criatividade e a necessidade das pessoas” e entre “o empreendedorismo e as necessidades das pessoas”, e, por isso, é “tão importante”, sublinhou.
O primeiro-ministro defendeu que “a unidade da Europa se fortalece na convergência económica”, mas também na convergência social entre todos.
“Neste momento, sabemos bem que uma estratégia de competitividade assente no ‘dumping’ social, no ‘dumping’ fiscal, no ‘dumping’ ambiental é um fator de empobrecimento coletivo da nossa capacidade económica e sobretudo que mina a coesão das nossas sociedades”, vincou.
Para o líder do Governo, reforçar o pilar social da União Europeia é reforçar o que “tem garantido” ao longo de 70 anos “o que mais precioso a Europa conseguiu, ser um continente de paz, um continente de liberdade e um continente de prosperidade partilhado”.
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